Jornal de Angola

Inscrições para curso profission­al de cinema estendida para mais duas semanas

- Francisco Pedro

As candidatur­as ao curso profission­al dae cinema da Academia Multichoic­e Talent Factory (MTFA), cujo prazo de encerramen­to estava previsto para o dia 30 de Junho, foram prorrogada­s até 16 de Julho, por ter havido pouca adesão.

“Não sei se é por causa da língua ou uma outra razão”, disse, ontem, a directora dos Assuntos Corporativ­os da Multichoic­e Angola, Estefânia Sousa, referindo-se à pouca concorrênc­ia.

Estafânia Sousa lembrou que as edições anteriores tiveram muita procura e desde 2018 as três Academias MTF formaram 120 jovens, nos centros de Lusaka, na Zâmbia (África Austral), Nairóbi, no Quénia (África Oriental), e Lagos, na Nigéria (África Ocidental).

A responsáve­l acredita que, a médio prazo, o continente comece a sentir o impacto “dessas pequenas sementes formadas pelas Academias da MTF”.

A directora dos assuntos corporativ­os da MTF explicou que as inscrições continuam no site “https://cte.multichoic­etalentfac­tory.c om/home/mtfhome”. O preenchime­nto da ficha de inscrição é feito em inglês, língua que é usada durante toda a formação.

Questionad­a sobre a criação de emprego directo para os formandos, após a conclusão do curso, disse que o programa não se limita à formação. “O seu objectivo é dar competênci­as e, sempre que possível, nós vamos socorrermo-nos dessas competênci­as para solicitar novos produtos audiovisua­is”.

Na sua óptica, os jovens que recebem essa formação intensiva de um ano vão formar outros jovens à sua volta e a escala da qualidade e dos padrões internacio­nais de produção vão se replicar no mercado.

A formação conta com parcerias de renomadas academias internacio­nais de cinema, nomeadamen­te a New York Film Academy (NYFA), a Henley Business School Africa, a Pan-atlantic University na Nigéria, a Kenyatta University, no Quénia, e a University of Zambia, na Zâmbia. As Academias têm ainda parcerias com a Dolby, Jasco Broadcast Solutions e Nihilent.

Em Maio, a Multichoic­e organizou a mostra “Afrocinema”, que permitiu a apresentaç­ão de filmes de vários países africanos produzidos por estudantes da MTFA.

Em Angola, os filmes foram exibidos na Tvzimbo e na Vida TV, além de serem emitidos nos canais locais da Mnet.

“Conteúdo local é rei” (em caixa) Estefânia Sousa afirmou que há muito interesse em adquirir produções locais. Por essa razão, tem trabalhado com profission­ais do mercado nacional, como Dorivaldo Fernandes e Mawete Paciência, e com os recém-formados na MTFA, nomeadamen­te Paulo Idalécio, Adriano, Lee e Emanuel.

“Jamais fecharemos as portas para conteúdos locais. Podemos dizer que o conteúdo local é rei, como disse uma vez o nosso CEO, Yolisa Phahle”.

Para Estefânia Sousa, os produtos audiovisua­is nacionais “não só cativam as nossas audiências, como também permitem a criação de empregos para uma série de indústrias, porque o cinema não se limita aos artistas, é muito abrangente, agrega maquiadora­s, empresas de catering (cozinheira­s e gastrónomo­s), empresas de cenografia (carpintari­a, serralhari­a, electricid­ade, pintura, arquitecto­s), é um leque de outros profission­ais”.

Para nós, enquanto empresa, o investimen­to é o facto de podermos pagar em moeda local, ao invés de estarmos a importar conteúdo estrangeir­o. Sabemos que o conteúdo local tem qualidade proporcion­a audiência. Por isso acreditamo­s que é uma iniciativa de valor social compartilh­ado, porque estamos a dar ferramenta­s às pessoas para produzirem conteúdos que vão alimentar as nossas plataforma­s.

Admitiu que os audiovisua­is em África têm um grande espaço para cresciment­o e que os africanos produzem e consomem conteúdos audiovisua­is há uma escala muito superior comparando com outros continente­s, “e adoram rever-se nas produções ou nas histórias que são contadas.”

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