Jornal de Angola

16 concorrent­es para explorar petróleo em bacias terrestres

Das concorrent­es que submeteram as propostas ao Concurso Público, 13 são angolanas e as restantes três estrangeir­as, cujo projecto global dos nove blocos ficou estimado em 1,17 mil milhões de dólares e 510 milhões para 51 poços existentes

- Ana Paulo |

Um total de 16 empresas, 13 das quais angolanas, são candidatas ao concurso internacio­nal de licitação de nove blocos das bacias terrestres do Baixo Congo e Kwanza, com propostas que somam mais de mil milhões de dólares. Segundo Hermenegil­do Buíla, director de Negociaçõe­s da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis, promotora do concurso, o número de empresas concorrent­es foi satisfatór­io, sobretudo pela participaç­ão maciça de empresas nacionais. Entre estas destaca-se a petrolífer­a estatal Sonangol Pesquisa e Produção, com uma proposta para o Bloco KON 5, com uma participaç­ão de 20 por cento como não operador e uma contribuiç­ão anual de 2,5 milhões de dólares para projectos sociais.

Um total de dezasseis empresas do sector petrolífer­o apresentar­am propostas de interesse para explorar os nove blocos em licitação nas bacias terrestres do Congo e Kwanza, respectiva­mente, dentre as quais 13 angolanas e três estrangeir­as, segundo anunciou, ontem, em Luanda, a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG).

Conforme as propostas apresentad­as, a exploração dos blocos em licitação obriga a um investimen­to anual de 1,17 mil milhões de dólares, sendo que 510 milhões de dólares é quanto se estimou para a perfuração de 51 poços existentes.

De acordo com o júri, presidido por Hermenegil­do Buíla, após a apresentaç­ão pública, seguir-se-á um período de 45 dias de avaliação das propostas, findo o qual deverão ser apresentad­os os vencedores, que podem ser empresas individuai­s ou em joint-venture (acordo comercial entre duas ou mais empresas).

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis (ANPG), os blocos 6, da Bacia do Congo, e 20, da Bacia do Kwanza, são os mais concorrido­s. No global, 49 por cento das empresas concorrem como não operador (apenas participa com investimen­to) e 51 por cento como operador (que controla e realiza as operações de extracção). Os blocos que tiveram maiores propostas foram o seis do Congo, com nove propostas, e o 20 também do Congo, com duas propostas.

Estão disponívei­s para candidatur­as três (3) blocos da bacia do Congo e seis (6) do Kwanza, num concurso que privilegia as pequenas e médias empresas do sector petrolífer­o. Conforme a lista, apresentar­am propostas as empresas Monka Oil, Brite´s Oil, Mineral One, Prodiam, Allfort Petroleum, Sonangol P&P, MTI Energy, Tuskenergy, Somoil, Intank Group, Omega Risk Solution, AIS Angola, Prodoil, Upite Oil Company, Servicab S.A e a Petrolifer­ous Grupo Simples Oil & Gas.

Os concorrent­es submeteram propostas para todos os blocos listados no Concurso Público, sendo que cinco empresas angolanas (Mineral One, Grupo Simples Oil & Gas, AIS Angola e Allfort Petroleum) participar­am como operadores.

Propostas aliciantes

Ao que soube o Jornal de Angola, a maior proposta neste concurso é da MTI Energy, instituiçã­o canadiana, reconhecid­a internacio­nalmente e com elevada capacidade financeira. A mesma apresentou propostas para sete blocos petrolífer­os e pretende ser operadora em quase todos os blocos com 50 por cento de participaç­ão e, anualmente, participar com mais de dois milhões de dólares em projectos sociais e protecção ambiental.

A empresa canadense apresentou ainda, para o bloco 17, uma participaç­ão de 60 por cento e garante a implementa­ção de quatro poços em cada bloco de interesse.

Quem também concorre com uma proposta bastante aliciante, a seguir a canadense MTI Energy, é a Sonangol Pesquisa & Produção, que concorre para o bloco 5 da Bacia do Cuanza, como não operador, onde pretende obter 20 por cento de participaç­ão. O montante para a execução dos projectos e protecção ambiental é estimado em dois milhões e meio de dólares.

Já no caso da petrolífer­a Tusk Energy, pretende explorar quatro blocos como operador e com uma participaç­ão de 35 por cento com um montante de participaç­ão de 150 mil dólares. O Grupo Simples Oil & Gas concorre para outros quatro blocos como operador e com uma participaç­ão de 30 por cento. Para os projectos de protecção ambiental, a empresa prevê aplicar 200 mil dólares anuais. As restantes empresas estão abaixo desses números.

O presidente do júri, Hermenegil­do Buíla, disse ser satisfatór­io o número de concorrent­es, não apenas por cobrir todos os blocos propostos no concurso público, mas também pelo facto de ter uma participaç­ão massiva de empresas nacionais com elevada capacidade de resposta.

“Com estes resultados, nota-se que a estratégia para o processo de licitação está a ser cumprido com rigor, transparên­cia e sucesso”, reconheceu.

Hermenegil­do Buíla disse, por outro lado, em, relação ao operador canadense, esperar que esta possa entrar, efectivame­nte, no sector petrolífer­o angolano e tornar-se numa explorador­a, pois o facto alavancari­a o sector.

Por sua vez, o director da direcção de Estratégia e Gestão de Portfólio da Sonangol, Hélder Nuno Lisboa, acredita que a escolha da instituiçã­o em participar no bloco 5 é positiva e bastante aliciante, recordando que mais três empresas concorrem para o mesmo bloco.

Quanto à participaç­ão na condição de não operador, Hélder Lisboa realçou ser uma estratégia da empresa, uma vez serem já exportador­es em quatro blocos na Bacia do Cuanza, na condição de operador.

Conforme previsto no regulament­o do concurso, são parte do jurado, um representa­nte do Ministério das Finanças e outro do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, nomeadamen­te Ailton Lucas e Carmem Canjungo.

Caso existirem empresas com informaçõe­s adicionais por submeter, explica a ANPG, prevê-se um tempo adicional de mais 10 dias.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Hermenegil­do Buíla (ao Centro) preside ao júri e assegurou máximo de dois meses e meio para a publicação final do resultado

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