As nossas universidades
As sociedade modernas caracterizam-se também, entre os vários indicadores, pela quantidade e qualidade que resulta de estudos, pesquisas e respostas que as universidades, os institutos de Ensino Superior e outros centros do saber científico proporcionam aos desafios e problemas que as mesmas enfrentam.
Em Angola, devemos reconhecer que, independentemente do quadro em que nos encontramos, relativamente à produção científica, em quantidade e qualidade, há um grande esforço para a melhoria das nossas instituições. Um indício que comprova a sensibilidade e compromisso, da parte do Executivo, para a com a mudança do quadro actual é a criação do Fundo para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), aprovado o mês passado. Temos de acreditar que há todo um esforço que visa “dar outro rosto” ao Ensino Superior em Angola.
Mais do que premiar e “remunerar certificados” precisamos de uma inversão urgente de valores, através da qual sejamos capazes de irmos valorizando os efeitos e consequências da posse de um diploma, com realizações que incidam positivamente na produção do conhecimento.
Há dias, em entrevista ao Jornal de Angola, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação fez referências importantes sobre o estado actual do nosso Sistema de Ensino, ao mais alto nível, explicando inclusive a razão de ser da qualidade que o mesmo exibe hoje.
“A precariedade de muitas instalações, a escassez de equipamentos de laboratório, a turbo-docência, a qualidade questionável do ensino-aprendizagem reforçada pela escassa relação entre a teoria e a prática, a insipiência da investigação científica e a existência de uma cultura do plágio, são factores críticos que limitam o desenvolvimento do Subsistema do Ensino Superior, da investigação científica e da transferência de tecnologia e da inovação em Angola”, disse a ministra Maria Sambo.
Quando questionada sobre as razões para a ausência das instituições de Ensino Superior dos principais Rankings internacionais, a governante explicou que subsistem uma série de factores que, relativamente a Angola, estão a ser debelados.
É importante que as nossas universidades estejam entre as bem classificadas em Rankings internacionais, mas é ainda muito mais relevante que as mesmas estejam a dar respostas aos desafios impostos pela sociedade angolana.