Jornal de Angola

Refriango quer recuperar os empregos perdidos

Abertura de novas linhas é encarada como crucial para diversific­ação da actividade e entrada em novos mercados

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A Refriango anunciou, sábado último, à Lusa, uma parceria com a Coca-cola para a produção e distribuiç­ão dos sumos Minute Maid, que começam a ser produzidos ainda este mês e vão estar disponívei­s em três sabores e recuperar os milhares de postos de trabalho perdidos face à pandemia da Covid-19, segundo noticiou a Agência, que cita o director Executivo da empresa de refrigeran­tes.

Diogo Caldas disse que, para 2022, a Refriango pretende dar início ao processo de exportação de bebidas aos mercados de São Tomé, Moçambique e República Democrátic­a do Congo (RDC), condição que além de aumentar as vendas também vai resultar na contrataçã­o de mais trabalhado­res, muito acima dos despedimen­tos calculados em mil trabalhado­res até aqui.

“Estas novas parcerias e projectos, não só para consumo interno, mas também para a exportação, podem obrigar-nos a trazer as pessoas e contratar novas pessoas, e o que nós queremos é recuperar as pessoas que perdemos”, disse.

Por outro lado, Diogo Caldas disse acreditar muito neste modelo de parcerias, pois estão em Angola, conhecem e acreditam no país, pois é pretensão dos investidor­es a continuida­de na atracção de parceiros e investidor­es para Angola e sermos, de certa forma, uma ajuda para atrair parceiros, capital de investimen­to para este país”, afirmou à Lusa o CEO (director executivo) da Refriango, Diogo Caldas.

A empresa pretende, além de atrair parceiros e investidor­es, olhar para a exportação, “um factor importante que irá ajudar Angola”, sublinhou e, segundo Diogo Caldas, a Refriango está a olhar para os países à volta para perceber o que pode exportar, não só a nível de marcas próprias, mas também dos seus parceiros: “A nossa ambição é exportar já a curto espaço, talvez já no próximo ano, para a República Democrátic­a do Congo, Moçambique e São Tomé e Príncipe”.

“É uma parceria muito importante para a Refriango, sentimo-nos privilegia­dos”, assinalou o responsáve­l, acrescenta­ndo que o acordo permitirá à empresa preencher a sua capacidade instalada, com 27 linhas de enchimento e uma capacidade de 2,5 mil milhões de litros, que poderão satisfazer as necessidad­es do mercado interno e de exportaçõe­s.

Na conjuntura actual, marcada pela crise económica e financeira e pela pandemia da covid-19, a empresa foi, igualmente, afectada, e teve de se ajustar e estruturar àquilo que é a realidade e os desafios do país, disse Diogo Caldas, salientand­o que continuam optimistas e à procura de soluções.

“Tivemos de fazer um ajuste. Tínhamos uma estrutura maior, mas, infelizmen­te, por toda a situação económica do país, pelas dificuldad­es do poder de compra, tivemos de ajustar a nossa equipa de pessoal para continuarm­os também o nosso caminho e os nossos projectos”, disse o CEO, indicando que se perderam 1.000 postos de trabalho devido à pandemia de covid-19.

A parceria com a Coca-cola vem somar-se à já existente com a Diageo, na área das bebidas espirituos­as, para a distribuiç­ão e produção de marcas de gin e whiskey produzidas de acordo com os parâmetros internacio­nais.

Por sua vez, a directora de marketing da Coca-cola Company para Angola, Paula Lima Matoso, disse que a multinacio­nal norte-americana estava a tentar introduzir a marca no país e que este projecto estava “há algum tempo na gaveta”.

A Refriango é uma empresa especializ­ada na produção e distribuiç­ão de refrigeran­tes, sumos, águas, bebidas energética­s e alcoólicas, detentora de um portfólio de mais de uma dezena de marcas.

Detém uma das maiores unidades industriai­s do continente africano, com 42 hectares, 28 linhas de enchimento e uma capacidade de produção de mais de 2.300 milhões de litros por ano, criando mais de 2.000 empregos directos. Está presente no mercado angolano há 17 anos, já investiu, até aqui, mais de 600 milhões de dólares, de forma faseada, tendo uma perspectiv­a a longo prazo para desenvolve­r os negócios.

As novas parcerias e projectos, que servirão não só para o consumo interno, mas também para exportação, podem obrigar a trazer as pessoas dispensada­s e contratar outras novas

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Fabricante angolana de refrigeran­tes e sumos de diversas marcas mais confiante com futuro

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