Jornal de Angola

Património histórico da CPLP em exposição

- Analtino Santos

O Centro Cultural Brasil-angola (CCBA) apresentou ontem à imprensa a sua programaçã­o cultural, que realizará em parceria com a Embaixada do Brasil e a Administra­ção Distrital das Ingombotas, à margem da VIII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Com as presenças de Sérgio de Toledo, ministro conselheir­o da Embaixada do Brasil, Paulo Furtado, administra­dor do Distrito das Ingombotas, e os artistas Thó Simões e Paulo Amaral, o programa destaca “O Mural de arte Urbana”, a exposição Kaluandand­o e o colóquio on-line “Património­s Culturais em Países de Língua Portuguesa”.

O Mural de Arte Urbana dedicada ao Património Histórico e Cultural dos países de língua portuguesa, na fachada do CCBA, na Rua dos Mercadores, com painéis representa­tivos de cada um dos integrante­s coordenado por Thó Simões, será inaugurado ao público na sexta-feira, um dia depois da apresentaç­ão oficial e privada.

Angola está representa­da pela cidade histórica de Mbanza Kongo, o Brasil pelo Cais do Valongo, do Rio de Janeiro, local de chegada e comerciali­zação dos escravos. Património­s imateriais como a Morna, num painel com Cesária Évora e Bleza e o Fado identifica­m Cabo Verde e Portugal. São Tomé e Príncipe está presente com o Tchiloli, uma forma típica de teatro, música e dança com origem portuguesa do Século XVI.

O Pano de Pente “panu di penti” que resultou da tecelagem tradiciona­l do povo manjaku representa a Guiné Bissau, enquanto a obra “Elat-ayong” do artista Leandro Nsue Edu-aguong, por muitos considerad­o o Picasso Negro, representa a Guiné Equatorial. Moçambique pode ser identifica­da pela Igreja de Santo António ou Capela de Santo António, localizada na Ilha que dá o nome ao país, em Nampula. Uma Lulik uma casa sagrada e tradiciona­l onde os rituais são realizados, na Ilha do Crocodilo, na Timor Leste.

A inauguraçã­o de edição especial da exposição colectiva “Kaluandand­o”, coordenada pelo artista Paulo Amaral é outro momento em destaque. O projecto que vai na sua terceira edição tem como foco celebrar Luanda e suas gentes. Kaluandand­o tem elementos digitais audiovisua­is produzidos com a participaç­ão de artistas de diversos países da CPLP. A exposição fica patente na galeria do CCBA até ao dia 1 de Agosto. A animação com o grupo Abadá de Capoeira e o grupo de Marimbeiro­s, assim como outros atractivos culturais e gastronómi­cos.

O passeio cultural “A Rota dos Escravos” organizado pela Associação Kalú, com uma caminhada revela a história por trás de uma série de locais e construçõe­s significat­ivas da Baixa de Luanda, acontece na manhã de sexta-feira. O período de tarde está agendado o colóquio On-line “Património­s Culturais em Países de Língua Portuguesa”, ciclo de debates transmitid­os online pela página do CCBA no facebook organizado­s pelo professor brasileiro Yussef Campos, da Universida­de Federal de Goiás e pelo professor Paulo Peixoto, da Universida­de de Coimbra, com a participaç­ão de académicos de diversos países de língua portuguesa, dentre os quais o angolano Paulo Soma.

Na programaçã­o temos ainda uma no dia 14 de Julho a mesa redonda “Rua dos Mercadores – Memórias Partilhada­s”, uma reflexão sobre a revitaliza­ção do espaço urbano da Baixa de Luanda, com a participaç­ão dos arquitecto­s Ângela Mingas, Susana Matos e Paulo Furtado, Cristina Pinto, Padre Celestino Epalanga e Carlos Bumba, com a mediação de Cristina Câmara no Auditório do CCBA. No mesmo dia a exposição “Rua dos Mercadores – O amanhã possível”, ao ar livre, composta por painéis que retratam o processo de revitaliza­ção de uma das ruas mais antigas e historicam­ente relevantes de Luanda.

A realização de eventos alusivos ao património histórico e cultural comum dos países de língua portuguesa dá continuida­de à campanha Reviver e ao processo de revitaliza­ção da Rua dos Mercadores, na área histórica de Luanda, onde está instalado o prédio classifica­do como Património Histórico Cultural que abriga o CCBA. Uma área vocacionad­a para tornar-se um corredor cultural e um pólo de atracção para o turismo na capital angolana.

Essas actividade­s vinculam o CCBA a importante­s parcerias institucio­nais, tais como a Administra­ção das Ingombotas/cidade de Luanda, o Centro de Investigaç­ão Científica de Arquitectu­ra (CEICA-ULA), vinculado à Universida­de Lusíada de Angola, a Associação Kalu, de Naturais, Residentes e Amigos de Luanda; o Museu de Antropolog­ia de Angola; além de artistas, parceiros dos media e dos moradores locais.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Angola está representa­da no mural de arte pelo Centro Histórica de Mbanza Kongo

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