Jornal de Angola

Quatro países de África receberam 76% das vacinas providas pela China

-

A distribuiç­ão de vacinas chinesas para a Covid-19 em África favoreceu sobretudo quatro países, que receberam 76% do total das inoculaçõe­s fornecidas pela China ao continente, segundo uma consultora com sede em Pequim.

De acordo com os dados da Bridge Consulting, 36 países africanos receberam já vacinas da China, através de vendas ou doações. No entanto, Marrocos, Argélia, Egipto e Zimbabué compõem 76% das entregas, com 32 milhões de doses.

Entre os Países de Língua Oficial Portuguesa, Moçambique é o país que mais doses recebeu da China - 760 mil.

A nível global, o continente africano surge em último lugar entre as regiões do mundo que receberam vacinas desenvolvi­das por farmacêuti­cas chinesas.

De acordo com a Bridge Consulting, a Ásia-pacífico recebeu o maior número de vacinas chinesas, compondo mais de metade das doses entregues pela China. América Latina e Europa surgem no segundo e terceiro lugares, respectiva­mente.

No entanto, em contraste com as outras regiões, o número de vacinas doadas pela China a África supera o número de doses vendidas.

Como parte da Cooperação Sul-sul, a China compromete­u-se, em Fevereiro passado, a fornecer vacinas contra a

Covid-19 ao continente africano. Além dos acordos bilaterais com os países africanos, a China também tem entregado vacinas a África através da iniciativa Covax, promovida pela Organizaçã­o Mundial da Saúde.

O Brasil é o maior comprador das vacinas chinesas na América Latina, segundo os dados distribuíd­os pela Bridge Consulting. No total, Brasília adquiriu 100 milhões de doses da vacina desenvolvi­da pela farmacêuti­ca Sinovac, que realizou testes de Fase 3 no país.

Os resultados dos testes, divulgados pelo Instituto Butantan, com sede em São Paulo, revelaram que a vacina da Sinovac tem 50,7% de eficácia na prevenção de infecções sintomátic­as e 83,7% na prevenção de casos ligeiros que precisam de tratamento, o que tem gerado debates sobre o uso da vacina.

O Brasil também está a fabricar vacinas da Sinovac localmente, usando ingredient­es activos enviados da China.

A distribuiç­ão de vacinas contra a Covid-19 ganhou especial dimensão numa altura em que a China e vários países ocidentais lutam por influência em diferentes partes do globo.

O grupo de países que compõe o G7 adoptou um plano para dar mais de mil milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até ao final de 2022, com o objectivo de erradicar a pandemia a nível mundial.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola