Ataque a edifício da ONU mata um polícia afegão
Cidade de Herat está cercada e sob intensa troca de tiros entre forças governamentais e talibãs
As instalações da ONU foram, ontem, atacadas em Herat, cidade do Oeste do Afeganistão em torno da qual combatem talibãs e forças afegãs, segundo a missão da ONU no país, que condenou o ataque que matou um polícia afegão.
“Este ataque contra a entrada de um edifício das Nações Unidas claramente identificado foi perpetrado por elementos antigovernamentais”, indicou a missão, UNAMA, em comunicado, precisando que o ataque vitimou um agente policial afegão que guardava o edifício e feriu vários outros.
A entrada das instalações foi alvo de disparos de foguetes e de armas de fogo, prosseguiu a UNAMA, acrescentando que nenhum funcionário da ONU ficou ferido.
A zona onde se situam os escritórios atacados foi ontem palco de combates entre talibãs e forças governamentais.
“Este ataque contra as Nações Unidas é lamentável, e condenamo-lo nos termos mais veementes”, declarou Deborah Lyons, representante especial do Secretário-geral da ONU no Afeganistão e chefe da UNAMA, citada em comunicado.
“Aqueles que cometeram este ataque devem ser identificados e prestar contas”, sublinhou a responsável.
Os ataques ao pessoal civil e às instalações da ONU são proibidos pelo Direito Internacional e podem ser considerados crimes de guerra, recordou a UNAMA, prestando também homenagem aos guardas afegãos que defenderam o edifício das Nações Unidas dos agressores.
Muitos habitantes de Herat fugiram da periferia da cidade, onde se intensificam os combates entre forças afegãs e os talibãs, que estão a aproximar-se dos limites da cidade de 600 mil habitantes, a terceira do país em termos de população.
Os talibãs apoderaramse recentemente de vários distritos da província de Herat, bem como de dois postos fronteiriços aí situados: o de Islam Qala, o principal ponto de passagem com o Irão, e o de Torghundi, com o Turquemenistão.
Segundo um correspondente da agência noticiosa francesa AFP no terreno, as forças afegãs e as milícias de Ismail Khan, um poderoso senhor da guerra local que é contra os talibãs, estão estacionadas em torno de Herat.