Mercado absorve menos de metade da capacidade instalada no país
da capacidade de produção das empresas filiadas na Associação das Indústrias de Materiais de Construção de Angola (AIMCA) é utilizada nas obras do país, ao mesmo tempo que se regista uma queda notória de fábricas em operação, afirmou, ontem, em Luanda, o presidente da agremiação.
José Mangueira, que falava à imprensa à margem do 5º Seminário da Indústria de Materiais de Construção, apontou a fraca oferta de matéria-prima e a redução dos níveis de execução de projectos como parte das dificuldades que conduzem à queda da actividade e da oferta do sector.
“Houve empresas que, no passado, investiram na aquisição de equipamentos e melhoraram as tecnologias de produção para responder o alto momento que se assistiu na construção de vários projectos”, disse o líder empresarial, botando que, actualmente, as empresas enfrentam constrangimentos provocados pelo agravamento do custo de produção, dificuldades de acesso às divisas e a desvalorização do Kwanza.
Além disso, prosseguiu, existe da parte dos empreiteiros a tendência para preferirem materiais importados na execução de projectos, uma situação que José Mangueira considera que pode ser superada com a elevação da qualidade de produção.
O presidente da AIMCA defende que, para elevar os níveis de consumo dos materiais de construção produzidos no país, o Estado, como dinamizador da economia, pode contribuir com a oferta de infra-estruturas de fornecimento de água e energia, bem como a instituição de mecanismos acessíveis de financiamento e redução da carga fiscal.
A acrescer a isso, o Estado deve estimular a venda de produtos locais, ao mesmo tempo que reduzir a concorrência desleal interna e externa e promover a formalização da economia, uma vez que é no comércio informal que corre a escalada dos preços.
O bastonário da Ordem dos Arquitectos de Angola,
Celestino Chitonho, reafirmou, no encontro, que a organização está a criar uma base de dados a catalogar as técnicas de construção e os tipos de materiais de construção utilizados em cada uma das regiões do país.
Celestino Chitonho considera que a arquitectura deve ser integrada no Programa de Promoção das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), pelo facto de os projectos arquitectónicos serem executados com a utilização de percentagens expressivas de materiais de construção de produção nacional.
Lamentou o facto de grande parte de projectos habitacionais serem edificados com a utilização de materiais importados, citando como exemplo o Nova Vida, que foi edificado com materiais de construção importados da África do Sul, o caso de Talatona, que foi construído materiais provenientes do Brasil, bem como o Kilamba, onde foi usado material da China.
Modernização do LEA
O director-geral do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA), Fernando Bonito, disse que a instituição está numa fase de reestruturação que inclui a instalação de novos equipamentos e tecnologias de ponta, assim como a capacitação dos técnicos para tornar o serviço mais capaz de enfrentar os desafios do século 21.
Neste momento, disse, o LEA tem levado a cabo a tarefa de avaliar a qualidade dos materiais de construção produzidos em Angola para efeitos de certificação, o que é feito com base em avaliações e ensaios em campo ou laboratório) e nos parâmetros da conformidade aceites para cada utilização.