Presidente inicia amanhã visita à Pátria de Kwame Nkrumah
De acordo com o presidente da Associação dos ex-militares que combateram em Angola, Zio Gaspard Komou, 250 guineenses lutaram no país entre Fevereiro de 1976 e Setembro do mesmo ano
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, inicia amanhã uma visita de Estado à República do Ghana, a Pátria do panafricanista Kwame Nkrumah. O Ghana é o terceiro e último país da digressão que o Chefe de Estado angolano iniciou na passada terçafeira, na Turquia, e incluiu a República da Guiné, de onde sai hoje em direcção a Accra. No Ghana, a visita incluirá, entre outros pontos do programa oficial, um encontro com o homólogo Nana Akufo, e uma deslocação ao Parlamento, onde discursará no Parlamento. A visita do Presidente João Lourenço ao Ghana termina terça-feira. No dia seguinte, quarta-feira, regressa a Luanda. Em Conacri, o Chefe de Estado recebeu ex-militares guineenses que lutaram em Angola.
O Presidente da República, João Lourenço, recebeu, ontem, em audiência, um grupo de dez ex-militares guineenses que combateu em Angola nos momentos decisivos da História recente do país.
De acordo com presidente da Associação dos exmilitares que combateram em Angola, Zio Gaspard Komou, 250 guineenses lutaram no país entre Fevereiro de 1976 e Setembro do mesmo ano.
O Presidente da República, que ontem terminou uma visita de dois dias a Conacri, destacou o contributo dos “valorosos filhos da Guiné” para que Angola conquistasse a liberdade.
No discurso pronunciado, na sexta-feira, à noite, depois de ter sido distinguido pelo Presidente Alpha Condé, João Lourenço considerou a visita a Conacri “necessária e incontornável”.
O Chefe de Estado agradeceu a “elevada distinção criada há mais de seis décadas por um dos Pais Fundadores das Independências Africanas', o Presidente Ahmed Sekou Touré.
João Lourenço afirmou que a visita de Estado efectuada em Angola pelo Presidente Alpha Condé, em Janeiro de 2011, foi determinante para que, no mesmo ano, fosse assinado um Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica e Técnica, em Conacri, e a Comissão Mista Intergovernamental entre os dois países nos domínios da Geologia, em Luanda.
Uma série de outros compromissos foram assumidos, na altura, nos domínios político-diplomático, Defesa e Segurança, Transporte, Geologia e Minas.
O Presidente da República sublinhou que “estes compromissos devem ser retomados e torná-los na alavanca da promoção da cooperação económica e o intercâmbio empresarial entre os dois países”.
“Este desejo recíproco está ao nosso alcance, pois podemos contar não só com
os nossos vastos recursos naturais, mas também, sobretudo, com o engenho dos nossos povos e com o dinamismo dos líderes para alterar o quadro letárgico nas relações entre os dois países”, disse.
A Covid-19, a maior crise sanitária dos últimos anos, mereceu, também, particular referência do Presidente da República. João Lourenço sublinhou que a pandemia tem colocado à prova os sistemas de saúde e as economias dos países, devido à rápida propagação e as restrições que os governos são obrigados aplicar para reduzir ao máximo os danos que pode provocar à saúde e às economias.
“África só pode vencer a pandemia se houver união de esforços entre todos os países do continente no sentido de melhor explorar os mecanismos de vacinas que, injustamente, não estão ao nosso alcance”, referiu.
João Lourenço aproveitou a ocasião para apelar à liberalização das patentes contra o novo coronavírus, para permitir a redução dos preços e, consequentemente, diminuir as desigualdades no acesso às vacinas.
Ao referir-se à situação de segurança em África, o Chefe de Estado considerou que se deve continuar a trabalhar de “forma unida e conjugada”, para a construção de um continente livre de conflitos armados, de destruição e deslocações forçadas.
O Presidente da República considera fundamental “a adopção de formas de governação cada vez mais participativas e genuinamente a africanas, para a promoção de uma cultura africana de paz, de justiça e de respeito pelos direitos humanos”.