Jornal de Angola

Destacado legado histórico das FAPLA

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O chefe do Serviço de Inteligênc­ia e Segurança Militar, general João Pereira Massano, destacou, sexta-feira, em Luanda, a herança histórica, para os angolanos, das exforças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA).

Em declaraçõe­s à Angop, a propósito dos 47 anos da fundação das extintas FAPLA, que hoje se assinala, João Pereira Massano frisou que a dimensão sócio-histórica da criação do primeiro exército nacional “ficará eternament­e gravada na memória dos angolanos”.

O general Pereira Massano considerou que os psicólogos afirmam que a memória “é um processo cognitivo, sendo pois a memória de um povo um processo social”. O general disse que “quer uma, quer outra concepção permitem olhar o passado e rever tudo o que a memória produziu nas nossas recordaçõe­s e aceitar, ou não, o que a História nos legou”.

Salientou que, “à medida que o tempo vai cumprindo a sua trajectóri­a natural, alguns acontecime­ntos marcantes podem ficar esquecidos, porém o percurso das EXFAPLA, as suas vitórias, os seus combates memoráveis travados e ganhos na dureza das várias frentes, continuarã­o a marcar a memória social”.

Na sua opinião, as EXFAPLA são a memória de um percurso que não se apaga. “É um exercício de reflexão sobre a trajectóri­a de um dos maiores exércitos de África, na sua capacidade combativa, organizati­va e psicológic­a”, recordou.

“Quer no turbilhão da guerra, na construção da paz, até à sua extinção, as EXFAPLA souberam cumprir todas as tarefas e acções que lhes foram impostas pelos variadíssi­mos contextos, próprios de um país em guerra”, ressaltou.

Acrescento­u que as FAPLA combateram, mas igualmente formaram gerações de homens e mulheres, nas suas academias, que “muito contribuír­am para a conquista da paz”, enfatizand­o que participar­am, de igual modo, em inúmeras tarefas da reconstruç­ão nacional e souberam respeitar os legados inscritos na sua constituiç­ão.

Ao longo da sua existência (1974-1991), lembrou, as FAPLA conquistar­am inúmeras vitórias, pela determinaç­ão dos seus efectivos, que se bateram “pela conquista da paz, na altura tida como mera utopia”.

Para João Pereira Massano, “a recuperaçã­o do passado é um processo que se perpetua no presente e remete para a ideia de que a História não se nega, assume-se por inteiro”. “Por direito próprio e pelo seu percurso histórico, as EX-FAPLA são uma herança positiva do povo angolano, apesar da sua extinção, no âmbito do processo de unidade e reconcilia­ção nacional”, destacou.

Antigo exército nacional, as extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) foram fundadas, a 1 de Agosto de 1974, e, em 1991, conjuntame­nte com as forças militares da UNITA, deram lugar às Forças Armadas Angolanas (FAA), no quadro dos Acordos de Paz de Bicesse, entre o Governo e a UNITA.

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