Angolanos são a quarta maior comunidade
Entre os novos portugueses, os angolanos são a quarta maior comunidade,nogeral,easegunda, se as contas restringirem-se aos nacionais de Países de Língua Portuguesa, alguns deles a viver há mais de uma década no país A lista global é liderada pelos brasileiros, seguindo-se os israelitas e os cabo-verdianos. Os bissauguineenses fecham as contas dos cinco primeiros cinco povos.
Elsamonteiro,41anos,natural de Cabo Verde, esperou um ano parateroregistodanacionalidade portuguesa, mas recorreu a um advogado. É Mário Carvalho, um conterrâneo há décadas no país, quejáfoipresidentedaassociação Cabo-verdiana, que reconhece as dificuldades dos imigrantes.
“Os principais problemas da comunidade estrangeira são o tempo de espera e a dificuldade de acesso aos serviços. Esperam quatroacincomesesparaentregar a documentação e, em 80% das vezes, não atendem o telefone. A informação não é clara, é difícil agendaroatendimentopresencial. Até nós, advogados, temos dificuldades em perceber. Estava tudo atrasado e ainda mais com a pandemia, que é uma desculpa para tudo”, critica.
Elsa nasceu na ilha de Santo Antão, chegou a Portugal há 17 anos, para estudar, não tendo, por isso, de comprovar que domina a Língua Portuguesa e que conhece a história, ou seja, foi dispensada de um exame. É casada com um português, com quem tem duas filhas, uma de 9 e outra de 14 anos, nunca tinha sentido a necessidade de ter um Cc(cartãodecidadão)português, até há um ano.
“Fui ao Luxemburgo com o meu marido e filhas e senti uma coisa de que não gostei: tratamentodiferentenafamília,quando chegámos ao aeroporto. Eles foram para um guichet e eu fui para outro. Decidi pedir a nacionalidade e recorri a quem conhecia, porque estávamos em pandemia e só os advogados podiam meter os papéis.”
Ter a nacionalidade portuguesa é algo natural para Elsa, pois são muitos anos de vida no país de acolhimento e sem voltar a pôr os pés em Cabo Verde. Apenas regressou há dias para as comemorações dos 90 anos do pai. A pandemia impediu que fosse toda a família, mas quer voltar ao país onde nasceu com eles.
Está integrada, mas o cartão de cidadão português vai facilitar-lheavida.“mudaascondições de acesso em vários domínios: em determinados empregos, já fui recusada por não ser portuguesa; obter um crédito maior e mais facilitado para a compra de casa; também o aluguer é facilitado”, explica. Há senhorios que só pedem fiador aos inquilinos estrangeiros. Elsa Monteiro sabe do que fala. Trabalha numa empresa imobiliária há três anos, uma profissão que descobriu depois de ter ficado desempregada e pela qual se apaixonou.