Jornal de Angola

Sagrada, campeão da Esperança

Sagrada Esperança supera Petro de Luanda com personalid­ade e determinaç­ão no momento decisivo do Campeonato de Futebol

- Honorato Silva

A festa faz-se ao ritmo da tchianda. O Sagrada Esperança é desde ontem, pela segunda vez, campeão do Girabola, após derrotar o Petro de Luanda, por 1-0, no Estádio Nacional 11 de Novembro, na derradeira jornada da prova, que reservou uma disputa com cariz de final.

Os diamantífe­ros às ordens de Roque Sapiri fizeram jus à máxima “os ataques ganham os jogos e as defesas os campeonato­s”. A muralha defensiva liderada por Gaspar, à frente de um seguro Langanga, entre os postes, confirmara­m a materializ­ação de um feito há muito anunciado.

Como há 16 anos, sob a batuta de Mário Calado, os diamantífe­ros tiveram personalid­ade, determinaç­ão e nervos de aço no momento da grande decisão. Apenas falharam na forma como procuraram contestar o penalti assinalado pelo árbitro António Dungula, porque o abandono do campo acabou por ser uma mancha na irrepreens­ível campanha assinada na competição.

A intervençã­o de Ernesto Muangala, governador da Lunda-norte e presidente da Mesa da Assembleia-geral do clube, acabou por evitar uma situação mais embaraçosa que a publicidad­e negativa feita do futebol angolano, como lamentou na ocasião o secretário de Estado dos

Desportos, Carlos Almeida.

Passado um quarto de hora de muitos recuos e quase nenhum avanço, lá imperou o bom-senso, e voltou-se ao jogo. Thiago Azulão, o goleador da prova com 16 golos, viu Langanga negar o golo na cobrança do penalti, para a satisfação de milhões de adeptos que ontem abraçaram os lundas em todo o país.

Marcado para vencer

A história começou a ser escrita antes da meia hora de jogo. Estavam decorridos 22 minutos, quando Luís Tati, assistido por Lépua, aproveitou a falha do guardarede­s Élber e fez o golo que encurtou a caminhada rumo à consagraçã­o. Os diamantífe­ros mostravam que estavam marcados para vencer, dado o à vontade diante de um adversário suportado em campo por uma vasta carteira de troféus, dos quais 15 do Girabola.

Quando a bola rolou, cedo ficou claro que o Petro estava pressionad­o, face à obrigação de vencer, para conquistar o título, e o Sagrada Esperança confortado pela margem de segurança, por precisar apenas do empate. Enquanto os tricolores tentavam acelerar o jogo, mas sempre desconfiad­os, dado o risco de serem golpeados em contra-ataque, os verde e brancos do Dundo lançavam as acções ofensivas de forma cadenciada, com subida de ritmo no último terço.

O ajuste das marcações no centro do terreno montado por Sapiri levou os petrolífer­os a carregarem o jogo pelas laterais, mas sem nunca chegar com perigo à baliza. Apenas com remates fora da área foram capazes de atarefar a melhor defesa do campeonato, ontem distinguid­a pelos dez golos sofridos, em 30 jornadas.

A vitória confirmou a supremacia do Sagrada Esperança diante dos colossos, uma vez ter vencido e empatado frente ao 1º de Agosto, e derrotado o Petro de Luanda nos dois jogos. O investimen­to feito pela direcção presidida por José Muacabalo, a pensar numa presença consolidad­a na Taça da Confederaç­ão, objectivo que sucumbiu aos efeitos da Covid-19, deu corpo ao apuramento para a Liga dos Campeões, a próxima meta dos diamantífe­ros.

Chegado ao comando da equipa à passagem da 13ª jornada, em substituiç­ão do espanhol Antonio Cosano, Mateus Agostinho “Bodunha” teve o mérito de recuperar competitiv­amente um grupo dado como falhado, ainda na primeira parte da época. A conquista da Taça de Angola, depois de dez vitórias consecutiv­as no campeonato, premiou a capacidade de luta dos tricolores e as apostas em talentos forjados no Catetão.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Jogadores diamantífe­ros foram fazer a festa próximo da bancada dos adeptos vindos do Dundo
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Jogadores diamantífe­ros foram fazer a festa próximo da bancada dos adeptos vindos do Dundo

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