EUA sancionam entidades ligadas ao conflito etíope
O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, estabeleceu, através de uma ordem executiva, um novo regime de sanções contra indivíduos e entidades responsáveis pela continuação do conflito na Etiópia, ainda sem designações oficiais.
Segundo se lê no documento, por meio desta ordem executiva, “os Estados Unidos poderão impor sanções financeiras” e restrições de visto a “indivíduos e entidades ligados ao conflito, incluindo aqueles responsáveis por ameaçar a paz e estabilidade, obstruir o acesso humanitário ou o progresso em direcção a um cessar-fogo, ou por cometer graves abusos dos direitos humanos”.
Ainda sem nomear os alvos das sanções, a ordem acusa que “durante demasiado tempo, o Governo da Etiópia, o Governo da Eritreia, as autoridades da região de Amhara e a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF) não conseguiram parar de lutar e investir na diplomacia necessária para resolver a crise em curso”.
“Este conflito gerou uma das piores crises humanitárias do mundo, com mais de cinco milhões de pessoas necessitando de assistência, das quais mais de 900 mil vivem em condições de fome”, declarou Antony Blinken, secretário de Estado, numa declaração de imprensa ontem divulgada.
As sanções serão adiadas “se as partes tomarem medidas imediatas” para um “diálogo amplo” e para negociações de cessar-fogo sem pré-condições, no entanto, os alvos de sanções serão eminentemente designados se, pelo contrário, houver uma ausência de progresso “claro e concreto em direcção a um cessar-fogo negociado e fim dos abusos”.
A ordem executiva implica também que “as forças da Eritreia devem retirar-se imediata e permanentemente da Etiópia”.
O regime de sanções é anunciado quase um mês depois de serem impostas sanções contra o chefe do Estado-maior General das Forças de Defesa da Eritreia, general Filipos Woldeyohannes, por liderar uma entidade acusada de “actos grosseiros”, incluindo massacres, agressões sexuais generalizadas e execução de crianças.