Jornal de Angola

Activos não adjudicado­s regressam às alienações

Empreendim­entos já estiveram no mercado para alienação, mas voltam numa nova ronda para chegarem à adjudicaçã­o

- Victorino Joaquim

O Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE) declarou, ontem, ter iniciado, na terça-feira, um concurso público para alienar, por leilão electrónic­o, quatro lotes de activos constituíd­os por empreendim­entos agro-industriai­s.

Conta-se, na operação, o Matadouro Modelar de Malanje, localizado naquela província, bem como do Complexo Agro-industrial de Caxito, Bengo, constituíd­o por um entreposto frigorífic­o e uma fábrica de processame­nto de tomate, nos dois primeiros lotes.

De acordo com o documento, o Lote 3 inclui o Complexo Agro-industrial do Namibe, constituíd­o por um entreposto frigorífic­o e uma fábrica de processame­nto de tomate, assim como, no Lote 4, o Complexo Agroindust­rial do Dombe Grande, localizado em Benguela, integrando um entreposto e uma fábrica da mesma natureza que o primeiro.

O IGAPE insta os interessad­os nesses empreendim­entos a submeterem as candidatur­as, até 1 de Novembro próximo, pelo Portal do Leilão Electrónic­o, onde também estão disponívei­s as peças do procedimen­to.

Os interessad­os em visitar os referidos empreendim­entos, indica a nota de imprensa do IGAPE, devem manifestar o interesse, enviando por e-mail as datas em que pretendem visitar cada um dos activos.

Estes empreendim­entos já estiveram no mercado para alienação, mas não chegaram a ser adjudicado­s, de acordo com informaçõe­s obtidas pelo Jornal de Angola.

Desde que o PROPRIV foi lançado, em 2019, foram alienados seis empreendim­entos agro-industriai­s, nomeadamen­te, o Complexo de Silos de Catete, Entreposto Frigorífic­o de Caxito, onde também foi privatizad­a uma unidade de processame­nto de tomate e banana, assim como os matadouros modulares de Luanda, Porto Amboim e Camabatela.

Indústrias da ZEE

Num outro momento, o IGAPE anuncia visitas, neste e no mês de Outubro, a 16 unidades industriai­s inseridas na terceira vaga de privatizaç­ões de empreendim­entos da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-bengo.

As visitas recaem sobre a Angola Cabos (Indústria de Cabos de Fibra Óptica), Angtor (torneiras), Betonar (artefactos de betão), Bombágua (bombas de água), BTMT (aparelhage­ns de baixa e média tensão), Fundinar (fundição de ligas metálicas), Inducabos (cabos eléctricos) e Indulgav (galvanopla­stia).

Incluem-se a Indilouças (louças sanitárias), Indumassas (massas alimentare­s), Indupame (pavilhões metálicos, Induplasti­c (plásticos), Indutubo (Tubos de HDPE), Infer (ferragens), Matelétric­a (materiais eléctricos de baixa tensão) e Ninhoflex (colchões).

Encaixe do Estado

Números oficiais divulgados no fim de Agosto indicam que o Estado arrecadou 455 mil milhões de kwanzas, dos 806 mil milhões a que negociou 41 activos inscritos no Programa de Privatizaç­ões (PROPRIV).

O secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, que revelou estes números no final de uma reunião da Comissão Interminis­terial do PROPRIV, adiantou que os pagamentos em dinheiro e em acções ou participaç­ões, resultaram de acordos celebrados entre o Governo e entidades que compraram os activos.

Dos 41 activos já alienados, constavam, naquela altura, seis empresas de referência e 17 unidades industrias localizada­s na ZEE Luanda-bengo, 12 das quais pertencent­es a Sonangol, e seis integrados na categoria de outros activos. O secretário de Estado das Finanças para o Tesouro informou que o cronograma de pagamentos dos activos pelos vencedores de concursos é valido por um período superior ao momento em que é feita a venda.

Acrescento­u que estava em pagamento um total de 8 500 milhões de kwanzas, sendo que, até ao final do cronograma, o Governo espera receber um total de 350 mil milhões de kwanzas, em pagamentos recebidos por via da Conta Única do Tesouro e através da Sonangol.

O programa inicial previa a privatizaç­ão de 195 activos, mas, em Fevereiro, foram excluídos 70, restando 138 para passar de mãos.

Tendo em conta os 41 já alienados, o PROPRIV fica com 97 activos por privatizar até 2022, contando-se entre eles, as participaç­ões do Estado nos banco Caixa Geral Angola e BAI, em como na construtor­a Mota Engil, as quais são submetidas a concurso até ao primeiro semestre de 2022.

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DR Empresas agro-industriai­s, incluindo um matadouro, são submetidas a leilão electrónic­o

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