Jornal de Angola

Saneamento básico

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Sou moradora do bairro Nelito Soares e resolvi recorrer a este espaço, pela primeira vez, para expor uma situação que há muito me tem tirado o sono. Vivo no princípio da rua B1, onde existe um beco defronte à entrada principal do Hospital Américo Boavida, na Avenida Hoji-ya- Henda, também conhecida por Avenida Brasil.

Num determinad­o perímetro desta passagem estreita, existe uma pequena vala a céu aberto, onde foram direcciona­das as canalizaçõ­es das casas de banho de algumas residência­s, muito perto dali. Quem por lá transita, deparase logo com o mau cheiro das águas fecais e dejectos humanos. O beco regista um movimento consideráv­el de pessoas diariament­e. Não muito distante do local, é feito o comércio informal de alimentos, alguns confeccion­ados ali mesmo. Estes produtos são maioritari­amente comprados pelos familiares de pessoas internadas da referida unidade hospitalar. Por mais incrível que pareça, há também uma padaria, recentemen­te inaugurada nas imediações.

Desde tenra idade, tomamos conhecimen­to de que os coliformes fecais podem causar problemas sérios à saúde quando o saneamento básico é precário. A situação é de domínio da Administra­ção Municipal do Rangel, que fica a cerca de 170 metros deste mesmo local.

Há mais de cinco anos manifestei a preocupaçã­o, junto dos fiscais da administra­ção e até agora nada foi feito. Custa acreditar que isso esteja a acontecer numa altura em que o Governo tem desenvolvi­do esforços contra as doenças endémicas. Este é apenas uma das muitas inquietaçõ­es que tenho. Espero que o meu grito de socorro seja ouvido.

LÚCIA VAN-DÚNEM Rangel

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