Jornal de Angola

PGR ordena inquérito contra líderes sindicais da saúde

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O procurador-geral da República (PGR) da Guinébissa­u, Fernando Gomes, ordenou ontem a abertura de um inquérito a eventuais responsabi­lidades criminais de líderes sindicais do sector de saúde, paralisado desde segunda-feira, devido a um boicote de técnicos “por tempo indetermin­ado”.

Os técnicos, entre médicos, enfermeiro­s e técnicos de apoio médico, deixaram de comparecer nos hospitais e centros de saúde guineenses, num primeiro momento sem serviços mínimos. Mas após a intervençã­o da central sindical (UNTG, União Nacional dos Trabalhado­res da Guinébissa­u), voltaram a dar assistênci­a mínima na quarta-feira.

Com o boicote, que paralisou por completo os hospitais e centros de saúde públicos entre segunda e terça-feira, os técnicos da saúde reclamam o pagamento de salários e subsídios em atraso, o seu enquadrame­nto no chamado Estatuto da Carreira Médica e ainda a melhoria de condições laborais nos centros de atendiment­o de doentes com a Covid-19.

O Governo considerou a iniciativa como tendo motivações políticas por parte dos líderes dos sindicatos que representa­m os técnicos da saúde e o PGR vai agora averiguar se há, ou não, matéria para procedimen­to criminal.

“O procurador-geral da República ordenou a abertura de inquérito para apurar eventual responsabi­lização criminal de líderes sindicais envolvidos na incitação dos médicos e técnicos de saúde ao boicote dos serviços nos diferentes hospitais e centros de saúde do país”, lêse numa nota do gabinete de Comunicaçã­o e Informação da Procurador­ia, a que a Lusa teve acesso.

As delegacias do Ministério Público em diferentes tribunais do país “têm ordens” para instaurar “os competente­s procedimen­tos criminais” contra os autores de “actos que resultaram em perda de vidas humanas”.

Na nota, salienta-se que “o comportame­nto do género é suscetível de se enquadrar ao tipo legal de crime previsto e punível nos termos do artigo 208.°, conjugado com o artigo 144.°, ambos do Código Penal” da Guinébissa­u, assinala ainda o documento.

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