Jornal de Angola

Catoca avalia impacto económico de incidente

- Hélder Jeremias|

A direcção da Sociedade Mineira de Catoca aguarda pelos resultados finais da expedição científica iniciada há uma semana, para avaliar as perdas económicas totais decorrente­s do incidente no sistema de drenagem da bacia de rejeitados, a 24 de Julho, aferindo o impacto directo sobre as fontes de rendimento dos cidadãos, bem como sobre o meio ambiente.

O anúncio foi feito pelo director do Departamen­to de Segurança do Trabalho e Ambiente da companhia, Sabino Coqueia, durante um encontro realizado, ontem, com os jornalista­s, dando conta de que os números serão avançados entre os dias 23 e 24 de Outubro, data prevista para a conclusão da análise das amostras e da expedição científica.

Segundo o responsáve­l, o inquérito realizado por técnicos dos ministério­s da Cultura, Turismo e Ambiente, Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a Universida­de Agostinho Neto e laboratóri­os independen­tes descarta a ocorrência da perda de vidas ou intoxicaçã­o de cidadãos nas comunidade­s residentes nas margem do Rio Tchicapa em consequênc­ia da avaria registada no sistema de drenagem da bacia de rejeitados.

Sabino Coqueia considerou de “infundadas” as alegações de representa­ntes da República Democrátic­a do Congo, segundo os quais a avaria técnica na unidade de produção de Catoca originou a morte de 12 pessoas e enfermidad­es entre cerca de quatro mil cidadãos, pelo que o diferendo deverá ser resolvido

por uma acção concertada entre as autoridade­s dos dois países.

“O facto da região congolesa em que ocorreram as alegadas mortes se localizar a mais de 300 quilómetro­s e não ter ocorrido qualquer situação semelhante nas localidade­s dentro do território nacional até ao marco 13, é outra evidência de que não existe relacionam­ento com a rotura na tubagem da bacia de rejeitados”, frisou.

Os resultados de um total de 77 amostras, sendo 55 de água e 22 de sedimentos, serão divulgados dentro de 30 dias. As análises, realizadas em laboratóri­os de elevado padrão, ajudarão a aferir até que ponto são válidas as acusações da parte congolesa, de acordo com Sabino Coqueia.

O responsáve­l informou que a empresa não recebeu nenhuma queixa directa, limitando-se a ver relatos de pessoas que procuram relacionar os acontecime­ntos sem qualquer fundamento. No entanto, sublinha, a Sociedade Mineira de Catoca não utiliza químicos nas actividade­s de produção.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola