Provedora exige mais oportunidades
A Provedora de Justiça, Florbela Araújo, instou, ontem, as entidades empregadoras e de formação técnico-profissional a criarem as condições indispensáveis para que as pessoas com deficiência visual possam dispor das mesmas oportunidades que os outros cidadãos.
Em visita à sede da Associação Angolana de Cegos e Amblíopesdeangola(ancaa), em Luanda, a provedora realçou a necessidade dos cegos beneficiarem, quando precisarem desses serviços, de equipamentos com o Braille, a fim de mostrarem todas as suas competências.
Durante a visita, Florbela Araújo constatou que os cegos dispõem de poucos poucos equipamentos adequados à sua deficiência, daí existirem poucos alunos nas salas de ensino normal e de alfabetização.
Outra situação constatada pela provedora tem a ver com o incumprimento da Lei das Acessibilidades, quer por instituições públicas quer privadas.
Noutro capítulo, a provedora de Justiça lamentou o facto de muitos homens, depois de engravidarem as mulheres com cegueira, não assumem a paternidade, assim como há relatos de discriminação nas maternidades.
Em função dessas constatações, Florbela Araújo assegurou que vai apresentar às autoridades competentes as questões apresentadas, incluindo a problemática da votação nas próximas eleições gerais, uma vez que “os cegos não querem mais continuar a votar por meio de terceiros”.
O presidente da ANCAA, Venceslau Muginga, condenou o facto de as pessoas com deficiência visual continuarem a enfrentar os obstáculos arquitectónicos e outros que a Lei da Acessibilidade proíbe.