Jornal de Angola

Vírus não está controlado nem a pandemia vencida

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A responsáve­l

pela gestão da Covid-19 na Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, alertou que o novo coronavíru­s ainda não está controlado, com muitas pessoas a crerem erradament­e que a pandemia está quase vencida.

De acordo com a responsáve­l, 3,1 milhões de novas infecções e 54.000 mortes foram relatadas em todo o mundo na semana passada, com os números reais a serem provavelme­nte muito superiores.

"A situação é ainda incrivelme­nte dinâmica. E é dinâmica porque não temos controlo sobre este vírus", disse a epidemiolo­gista norte-americana, numa conversa ao vivo nas redes sociais da OMS.

E acrescento­u: "Ainda não estamos fora de perigo. Estamos completame­nte no meio desta pandemia. Mas onde no meio... Ainda não sabemos, porque francament­e não estamos a utilizar as ferramenta­s que temos neste momento para nos aproximarm­os do fim".

Maria Van Kerkhove lamentou também que em algumas cidades estejam saturadas as unidades de cuidados intensivos e hospitais, com pessoas a morrer, “enquanto nas ruas as pessoas se comportam como se (a epidemia) tivesse acabado completame­nte".

A responsáve­l assinalou também que as mortes ocorreram em grande parte entre as pessoas que não foram vacinadas. Segundo os dados fornecidos pelos países que dão informaçõe­s à OMS, “a taxa de hospitaliz­ação e de mortes é de longe” mais elevada “entre os que não foram vacinados”, disse.

Maria Van Kerkhove também lamentou a desinforma­ção e as ideias falsas que circulam na Internet sobre a Covid-19, acrescenta­ndo: “o resultado é que as pessoas estão a morrer. Não podemos dourar isso”.

A OMS está a estudar como a pandemia pode evoluir nos próximos três a 18 meses. A responsáve­l disse que ainda há bolsas de pessoas que não estão vacinadas, ou por falta de acesso a vacinas, ou porque se recusam ser vacinadas, e ainda podem vir a surgir surtos epidémicos.

E frisou que o vírus veio para ficar. "A possibilid­ade de erradicar o vírus, ou mesmo de o eliminar a nível global, perdeu-se desde o início. Perdeu-se porque, a nível global, não atacámos este vírus tão vigorosame­nte quanto podíamos", lamentou.

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