Jornal de Angola

Coligação “semáforo” está mais próxima do Governo

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Os Verdes anunciaram, ontem, que querem formar uma coligação governamen­tal com os sociais-democratas do SPD e os liberais do FDP, viabilizan­do assim a coligação “semáforo”. A co-presidente dos Verdes, Annalena Baerbock, afirmou que “após estas conversaçõ­es, consultámo­s e chegámos à conclusão de que faz agora sentido falar mais aprofundad­amente com o FDP e o SPD, especialme­nte tendo em conta o terreno comum que pudemos estabelece­r nestas conversaçõ­es bilaterais”.

Enquanto o co-presidente do Partido Verde, Robert Habeck salientou, no entanto, que há ainda “pontos em aberto e também diferenças consideráv­eis”. Por sua vez, o presidente do Partido Democrátic­o Liberal, Christian Lindner, anunciou, ontem, que as negociaçõe­s com o Partido Social-democrata de Olaf Scholz começariam hoje.

“Acabo de oferecer ao Sr.

Scholz, em acordo com os Verdes, que nos encontrare­mos já amanhã para conversaçõ­es entre nós os três - e isso vai acontecer”.

A coligação “Jamaica” como os conservado­res da União Democrata-cristã não está, para já totalmente fora de hipótese, como fez questão de frisar o liberal Christian Lindner. No entanto, parece cada vez mais difícil.

Estas eleições abriram uma vez mais porta a uma coligação para formar Governo. Tanto os Verdes, de Annalena Baerbock como os liberais do FDP, de Christian Lindner cresceram neste escrutínio e, ao que tudo indica, têm agora nas mãos o poder de decidir que tipo de liderança política vai ter a Alemanha nos pós Merkel: descaída à esquerda ou mantendo o rumo pela direita.

Em cima da mesa, estão para já duas fórmulas, baptizadas pelas cores dos partidos implicados e ambas

integrando os ecologista­s e os liberais.

Por um lado, uma coligação “semáforo”, liderada pelo SPD, de Olaf Sholz, de centro-esquerda e o partido mais votado nestas eleições (25,7 por cento); Por outro, uma “Jamaica”, tendo ao leme os conservado­res da aliança CDU/CSU (24,1 por cento), que se despedem de Angela Merkel e são agora liderados por Armin Laschet.

Os Verdes (14,8 por cento) e os liberais do FDP (11,5 por cento) parecem ter o poder nas mãos e ser a chave para desbloquea­r o novo Governo federal, com claros sinais deixados pelo eleitorado, como explicou Julia Schwanholz, professora de Ciência Política na Universida­de de Duisberg-essen.

“Naturalmen­te, haverá desilusões. Estamos a ver uma forte mudança de eleitores da CDU/CSU para o SPD, em especial entre os eleitores mais velhos, decisivos nesta eleição. Estamos a ver apoio aos liberais e aos Verdes entre os eleitores mais jovens e isto significa que estes eleitores mais jovens preferiram claramente uma mudança política”, considera Julia Schwanholz.

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