Jornal de Angola

Combate à ilegalidad­e no Ensino Superior

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O ano académico 2021/2022 no Subsistema do Ensino Superior foi aberto, oficialmen­te, na terça-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, num acto presidido pelo Presidente da República, João Lourenço.

À margem do acto, foi inaugurado, naquela localidade, mais uma instituiçã­o de ensino superior, a Universida­de Internacio­nal do Cuanza (UNIC), com licenciatu­ras disponívei­s nas áreas de Engenharia­s, Ciências Sociais e Saúde. A UNIC é, também, a primeira instituiçã­o fora de Luanda a ministrar cursos de mestrado e doutoramen­to.

Uma iniciativa da Fundação Ibero-americana, a Universida­de Internacio­nal do Cuanza tem uma biblioteca física com um acervo de mais de seis mil livros e uma outra virtual com mais de 100 mil livros digitais. O quadro de professore­s é composto por 80 por cento de mestres, mas a perspectiv­a é, daqui a cinco anos, mudar este quadro para 50 por cento com título de doutores.

A UNIC é um exemplo do contributo que o sector privado tem dado à Educação, nomeadamen­te no ensino superior, um sector onde, entretanto, têm surgido instituiçõ­es cuja qualidade e certificaç­ão chegam a ser duvidosas.

Em Agosto, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação encerrou quatro instituiçõ­es de ensino superior privadas, que funcionava­m ilegalment­e, consideran­do inválidos todos os actos praticados, benefícios concedidos e títulos académicos outorgados.

Trata-se dos Institutos Superiores Universitá­rio Privado da Boavista e Politécnic­o de Ramiros, em Luanda, o Politécnic­o do Panguila (no Bengo) e São Pedro (Huambo), depois de o ministério de tutela ter dado nota negativa ao processo que envolveu a realização de vistorias técnicas, para aferir as condições técnico-pedagógica­s, infra-estruturai­s, corpo docente e recursos educativos.

Como aqueles instituto superiores, certamente existirão outros pelo país. Com efeito, numa altura em que ainda são permitidas inscrições em instituiçõ­es do ensino superior, sobretudo as privadas - já que, além da formação, também têm em vista o lucro -, todo o cuidado é pouco na hora de se escolher o instituto ou a universida­de a ingressar.

Tal como alertou o Presidente João Lourenço, no acto de abertura do ano académico, devemos certificar-nos, primeiro, da legalidade da instituiçã­o. Ainda bem que o Chefe de Estado chamou a atenção para a necessidad­e de se combater as instituiçõ­es de ensino ilegais.

O Presidente declarou que não se pode continuar a tolerar a existência de instituiçõ­es do género, sobretudo numa altura em que se trabalha para o aumento da qualidade do ensino, para o reconhecim­ento internacio­nal dos diplomas das universida­des angolanas e para se ter instituiçõ­es cada vez melhor posicionad­as no ranking das melhores do continente e do mundo.

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