Desamarrar o amanhã
Os jovens são o futuro de qualquer país e o nosso não é excepção, como comprova a nossa História recente, até pela chamada feita pela consciência para a importância da luta de libertação nacional.
Os jovens também não regatearam sacrifícios na defesa da integridade da Terra Mãe contra invasões arquitectadas lá fora em nome de interesses contrários aos nossos, no fundo o neocolonialismo, eivado, sempre, de paternalismo interesseiro.
Os jovens foram, são, hão-de ser sempre o futuro de qualquer país, seja ele qual for, com contornos a reflectirem o que lhes ensinaram, aprenderam, lhes foi dado ver.
O ensino, bem com a educação recebida em casa, têm, cada um a seu tempo, reflexos no que são os jovens de qualquer sociedade. Daí a importância das bases do ensino, pelo que não se estranha haver países nos quais a frequência no pré-primário é obrigatória. O resultado da aprendizagem está, naturalmente, relacionado com o saber de quem ensina.
O ensino em Angola é, de um modo geral, mau, devido a um leque de razões, que vão da falta de escolas e de professores, a todos os níveis, em ambos os casos em quantidade e qualidade, factores espelhados, aliás, na qualidade precária, mesmo inexistente, de profissionais de todos os remos, o que contribui de que maneira ! - para a lentidão do desenvolvimento económico que se deseja. Por poder desenvencilhar-nos da dependência estrangeira, que continuamos a pagar caro: no que importamos e podíamos já ter e o que contratámos para fazer, o que devia ser escusado.
O futuro de Angola, nunca é demasiado repetir, está nas crianças e nos jovens, pelo que é indispensável que os dotemos, agora, de condições e exemplos que os levem a querer imitarnos, prosseguir caminhos que lhes preparámos.
Não nos contentemos, com o “presente” que somos, mesmo que ainda venha a melhorar, nem exaltemos casos esporádicos de superação, eventuais êxitos, às vezes, concluímos demasiado tarde, nem tanto assim. É mais do que altura de pormos de lado os “egocentrismos colectivos” que nos caracterizam, de sermos os melhores em tudo, rejubilarmos com o que não temos, mas queremos vir a ter. Desçamos à terra! Mas, ponhamos os pés bem assentes no chão, experimentando, contudo, primeiro, com devagarmente, se o terreno não é movediço, se está minado. “Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.
A obrigação de todos aqueles que constituem o “hoje angolano ” é preparar o futuro das crianças e dos jovens do amanhã. Para que, independentemente do local de nascimento, origens familiares, posições sociais, cor da epiderme, diferenças de géneros, tenham os mesmos direitos e deveres. Que a nova escola também lhes ensine isso e o sentido verdadeiro da palavra solidariedade.
Aquela Angola que estamos obrigados a construir é fraterna, sem discriminações, salamaleques, opulências, mediocridades, falsidades, compadrios, intrigas, pelo contrário, tem de primar pela igualdade, verticalidade, verdade, competência. Em nome daqueles que a sonharam e continuam a sonhar, apesar dos reveses, principalmente dos que deram a vida por ela e deixaram para trás tanta coisa para a ajudar a nascer.
O futuro angolano, o das crianças e jovens de hoje e das gerações vindouras depende, acentue-se até à exaustão, daqueles que constituem “o presente” e são muitos: os que não se deixaram enredar nas teias da vida fácil, do dinheiro a qualquer custo. É a ele, aos ilesos, que cabe desipotecar o amanhã. Ou, como fala o povo, desamarrá-lo. Desatar-lhe os nós sebentos da vaidade balofa tão ao gosto da pequena-burguesia impreparada, sempre em bicos dos pés, desejosa de aparecer.
O futuro de Angola, nunca é demasiado repetir, está nas crianças e nos jovens, pelo que é indispensável que os dotemos, agora, de condições e exemplos que os levem a querer imitar-nos, prosseguir caminhos que lhes preparamos. Não nos contentemos, com o
“presente” que somos, mesmo que ainda venha a melhorar, nem exaltemos casos esporádicos de superação, eventuais êxitos, às vezes, concluímos demasiado tarde, nem tanto assim. É mais do que altura de pormos de lado o “egocentrismos colectivos” que nos caracteriza, de sermos os melhores em tudo, rejubilarmos com o que não temos, mas queremos vir a ter. Desçamos à terra!