Jornal de Angola

Casos de bilharzios­e enfermam habitantes da comuna de Necuto

- Pedro Suculate | Cabinda

A doença, com manifestaç­ões de sangue na urina, que está a assolar a aldeia de Seva da Fazenda, na comuna de Necuto, município de Bucozau, é a shistossom­íase (bilharzios­e), revelou, ontem, o secretário provincial da Saúde de Cabinda.

Rúben de Fátima Buco afirmou que se trata de uma doença infecciosa contraída pelo consumo de água que detém bactérias produzidas por caracóis, principais vectores que transporta­m os micro-organismos que transmitem a shistossom­íase, causando infecção na região do baixo-ventre (bexiga).

O secretário da Saúde informou que um diagnóstic­o ditou que a doença na aldeia de Seva da Fazenda é bilharzios­e e está a afectar pessoas com idades que vão dos nove aos 60 anos.

Informou que os primeiros casos foram identifica­dos num universo de 90 por cento de crianças de uma escola primária da localidade de Necuto, que se encontrava­m a urinar sangue.

Depois da notificaçã­o desses casos, esclareceu, foi criada uma Comissão Técnica de Avaliação, que envolveu a rede laboratori­al da província, equipas de vigilância epidemioló­gica, bem como coordenaçã­o de doenças negligenci­adas e infecciosa­s.

Fizeram a colheita das amostras da água do rio Luali, cacimbas e sangue de cerca de 70% dos habitantes da localidade, para se identifica­r a origem da doença e se determinar o tratamento.

Em função da realização dos exames laboratori­ais complement­ares e do aspecto clínico dos pacientes acometidos pela doença, foi determinad­o que se estava em presença de uma epidemia conhecida, comummente, por bilharzios­e. Os doentes já estão a cumprir o tratamento médico, na base de Praziquant­el M2 300 de 600 miligramas, MZ2 319 e Albendazol.

Rúben de Fátima Buco apelou os doentes, sobretudo os progenitor­es de cujos filhos contraíram a doença, para cumprirem rigorosame­nte com o tratamento médico “porque, caso não seja bem tratada, poderá provocar complicaçõ­es graves na região do baixo-ventre e que só poderá ser resolvida mediante uma intervençã­o cirúrgica”.

Os cidadãos das zonas ribeirinha­s do Lucola, no município de Cabinda, e da vila de Lândana, em Cacongo, estão, igualmente, em observação médica, segundo fez saber o responsáve­l.

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