Técnicos da União Africana abordam política desportiva
Documento final vai facilitar a implementação de políticas e desenvolvimento dos intervenientes nas distintas disciplinas
A Comissão Técnica da União Africana reúne, a partir de hoje, às 9h00, no Hotel Diamante, em Luanda, com 18 dos 32 especialistas para discutir o Desenvolvimento Sustentável do Desporto no continente
Durante dois dias, técnicos oriundos da Argélia, África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Rwanda, Nigéria, Malawi, Ghana, Ilhas Seicheles, Cabo Verde, Mauritânia, Namíbia, além de convidados provenientes dos Estados Unidos e Alemanha, vão encontrar instrumentos jurídicos para os cinco pilares principais.
Dos quais se destaca uma África mais unida, activa, vencedora, sustentável e inovadora, com base em recomendações da União Africana (UA) até 2063. Os resultados do encontro, soube o Jornal de Angola, serão apresentados durante a reunião do Conselho de Ministros, a realizar-se de 28 de Outubro a 1 de Novembro, pela plataforma digital Zoom.
Angola alberga o workshop no quadro das responsabilidades do angolano Leonel da Rocha Pinto, presidente do Comité Paralímpico Africano, na condição de membro da Comissão Técnica da UA.
O principal objectivo da política é promover a participação, capacitação e excelência dos atletas africanos nas mais distintas competições internacionais. Por outro lado, o tema vai abordar recomendações da primeira reunião regional dos ministros dos
Desportos de África sobre a implementação do Plano de Acção de Kazan, realizada em 2019, no Madagáscar.
Cada um dos participantes, incluindo representantes de órgãos ministeriais de Angola e presidentes de federações, deve contribuir para a realização das aspirações continentais de modo a competir em pé de igualdade com as principais potências.
Durante a conferência de imprensa, realizada terçafeira, na referida unidade hoteleira, o director dos Desportos da Zâmbia, Óscar Mwaanga, disse que se pretende fomentar com o encontro, um estilo de vida fisicamente activa através da promoção da educação física de qualidade, segura e inclusiva para todas as crianças, sem distinção de género.
As medidas, segundo o especialista, exigem que os Estados integrem e desenvolvam estruturas de qualidade e programas desportivos institucionais, além de criar espaços recreativos, instalações seguras e acessíveis para todos, promovendo a saúde e bem-estar dos cidadãos.
“Quando tivermos uma população fisicamente activa, estamos a encontrar formas de combater a diabete do tipo dois, estaremos a prevenir o surgimento de câncer. Quando as pessoas praticam desporto, elas tornam-se mais felizes, porque o corpo produz indorfina que cientificamente está provada, ajuda a estimular a sensação de bem-estar”, sublinhou.
Mwaangana considerou ainda que o continente é um viveiro de jovens talentos capazes de conquistar medalhas, o que “infelizmente” não tem estado a acontecer como se esperava: “estamos cansados desta situação, essa potência não se reflecte em termos de medalhas”, lamentou o responsável.
Durante a realização dos últimos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, disse, foi notória esta realidade, aliada ao facto do número considerável de africanos que optaram por outras nacionalidades e subiram ao pódio.
Por seu turno, o presidente do CPA, Leonel da Rocha Pinto, esclareceu que o documento permitirá ultrapassar muitas situações que hoje são vividas a nível de campeonatos africanos, mundiais, Jogos Olímpicos bem como Paralímpicos.
A UA apresentou a agenda 2063 em 2015, que se tornou o plano director do continente, com o objectivo de criar uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos próprios cidadãos, representando uma força dinâmica na arena internacional.
“Quando as pessoas praticam desporto, elas tornam-se mais felizes, porque o corpo produz indorfina que cientificamente está provada, ajuda a estimular a sensação de bem-estar”