Destacado papel da mulher na produção agrícola
As mulheres africanas são um activo fundamental na produção agrícola, transformação e comércio, contribuindo com cerca de 80 por cento dos alimentos e constituindo quase 50 por cento da força de trabalho do sector agrícola, afirmou, ontem, em Addis Abeba (Etiópia), a comissária da União Africana para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Meio Ambiente Sustentável, Josefa Sacko.
Josefa Sacko, que falava por videoconferência, abordou o tema “Empoderamento da Mulher Rural na afirmação dos equilíbrios e oportunidades ”, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Rural, assinalado ontem, 15 de Outubro.
Considerou que a desigualdade de género continua a ser um constrangimento fundamental para o desenvolvimento equitativo e sustentável e conduz, ainda, ao aumento da pobreza, da fome e da subnutrição na vida das pessoas. “Elas são agricultoras, geradoras de renda, de conhecimento, agentes ambientais, pacificadoras do campo, provedoras do lar. Os papéis das mulheres rurais são tão numerosos quanto suas lutas e vitórias”, destacou.
Considerou, ainda, que as mulheres não possuem o reconhecimento devido e merecido, por sofreram com o preconceito e com outros problemas que herdaram da vida. “Ainda há um longo caminho para o equilíbrio de direitos e oportunidades entre homens e mulheres”, frisou.
Disse que a operacionalização do acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA) abre uma grande oportunidade, por criar a maior zona de comércio livre do mundo, medida pelo número de países.
O pacto estabelece a ligação entre 1.300 milhões de pessoas em 55 países com um valor combinado do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4 mil milhões de dólares com uma potencialidade para retirar 30 milhões de pessoas da pobreza extrema. A sua realização, disse, depende da adopção de medidas de facilitação de comércio significativas.