Europa do Leste com recordes de casos e pouca vacinação
Vários países do Leste europeu, como a Ucrânia, a Letónia e a Bulgária, têm registado recordes de infecções ou número de mortos causados pela Covid-19, acompanhando a tendência que se regista na Rússia há várias semanas.
A Ucrânia registou 538 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde neste país atingido por uma nova vaga da pandemia agravada por uma vacinação lenta. De acordo com o Governo ucraniano, foram contabilizados 15.579 novos infectados num dia, sendo que 2.852 foram hospitalizados.
Desde o início da pandemia, mais de 61.000 pessoas morreram oficialmente, devido ao coronavírus na Ucrânia, pelo que o país, onde vivem 45 milhões de habitantes, é proporcionalmente um dos que mais mortes apresenta na Europa.
Apesar de estarem disponíveis quatro vacinas na Ucrânia, apenas 16% da população está imunizada, de acordo com dados oficiais e multiplicamse os falsos testes e certificados de vacinação. A situação levou Kiev a decidir, em meados de Setembro, reintroduzir restrições em eventos públicos e salas de espetáculos.
Letónia
As restrições, mas mais drásticas, também foram a solução adoptada na Letónia, onde o Primeiro-ministro anunciou que, amanhã, terá início um confinamento com duração de quase um mês.
A medida será acompanhada de recolher obrigatório e foi adoptada devido ao agravamento do número de infecções por Covid-19 no país, onde a taxa de vacinação é das mais baixas da União Europeia.
Até agora, a Letónia, país onde vivem 1,9 milhões de pessoas, registou cerca de 190.000 casos confirmados de Covid-19 e quase 2.900 mortes. O Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da Letónia avançou, na segunda-feira, que a taxa de incidência da doença no país é de 864 pessoas por cada 100.000 habitantes, constituindo actualmente uma das mais altas do Mundo.
Bulgária
A baixa taxa de vacinação também está a afectar a Bulgária que, nas últimas 24 horas, registou quase 5.000 novas infecções, o maior número desde Março passado, enquanto 214 pessoas morreram de Covid-19 num único dia.
Segundo o Ministério da Saúde, só na segunda-feira tiveram de ser internados 1.251 novos doentes com Covid-19, elevando o número de internados para 6.258, o maior desde Maio. A grande maioria dos internados (89%) e de mortos (94%) não foi vacinada.
A Bulgária continua no último lugar da lista de países da União Europeia em termos de população vacinada, com apenas 23,9% das pessoas com o esquema completo.
Perante a situação, o Governo admitiu estar a ponderar a introdução de novas restrições, como limitar o acesso a eventos desportivos, culturais e de lazer apenas a pessoas vacinadas, curadas ou com um teste de coronavírus negativo.
Rússia
Um pouco mais a Leste, na Rússia, os números associados à pandemia continuam a bater recordes diários, tendo o país registado 1.015 óbitos nas últimas 24 horas. O último recorde tinha sido registado no sábado, com 1.002 mortes pela Covid-19.
As autoridades atribuem o aumento dos casos não só à maior agressividade da variante Delta do novo coronavírus e à coincidência com a temporada de gripe, mas também ao baixo índice de vacinação e ao incumprimento das medidas sanitárias pela população.
Até ao momento, 47,2 milhões de cidadãos receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19 em todo o país, ou seja, menos de um terço da população, o que é insuficiente para alcançar a imunidade de grupo.
Em Moscovo, as autoridades voltaram a multar as pessoas que não usam máscaras ou que utilizam máscaras colocadas de forma incorreta nos transportes públicos, de acordo com a agência de notícias RIA Novosti.
Desde o início de Outubro, mais de 20.000 violações das medidas sanitárias foram identificadas no metro e no transporte público de superfície.
A Covid-19 provocou pelo menos 4.902.638 mortes em todo o Mundo, entre mais de 241 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da Agência Francesa de Notícias (AFP).