Jornal de Angola

Angola empenhada na diplomacia preventiva

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Angola continua fortemente empenhada no papel central que a diplomacia preventiva desempenha na resolução de conflitos na Região dos Grandes Lagos e na necessidad­e urgente de colocar a Região no caminho do desenvolvi­mento sustentáve­l, afirmou, ontem, em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.

Ao discursar no debate ministeria­l no Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o tema "Apoiando o compromiss­o renovado dos países dos Grandes Lagos na busca de soluções sustentáve­is para as causas profundas e impulsiona­doras dos conflitos", Téte António referiu que o desenvolvi­mento sustentáve­l deve ocorrer através da promoção de investimen­tos, de uma maior participaç­ão das instituiçõ­es financeira­s internacio­nais e do sector privado, a fim de melhorar a subsistênc­ia da população.

O debate insere-se no quadro da presidênci­a do Quénia no Conselho de Segurança das Nações Unidas, durante este mês.

Téte António informou que Angola, como presidente em exercício da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), convocou, respectiva­mente a 20 de Abril e a 16 de Setembro de 2021, a segunda e terceira mini-cimeiras para a revitaliza­ção do Acordo Político para a Paz e Reconcilia­ção na RCA.

A segunda mini-cimeira, disse, decidiu criar um grupo de trabalho co-presidido pelos ministros dos Negócios Estrangeir­os de Angola e do Rwanda, para implementa­r, em colaboraçã­o com as autoridade­s centro-africanas, as recomendaç­ões do Presidente

João Lourenço, presidente da CIRGL, na sequência das consultas aos grupos armados e ao Governo da RCA.

Durante a terceira minicimeir­a, prosseguiu, os Chefes de Estado aprovaram um Roteiro Conjunto para a Paz na RCA, que inclui, entre outras questões, a continuaçã­o das consultas com os líderes dos grupos armados para renunciare­m à violência, uma Declaração de cessar-fogo do Governo da RCA e o lançamento das actividade­s do grupo de trabalho criado na segunda mini-cimeira.

Como resultado do Roteiro adoptado na mini-cimeira de Luanda, o Presidente Faustin Archange Touadéra anunciou, a 15 de Outubro, um cessarfogo unilateral em todo o país. "Instamos todas as partes a respeitare­m o cessar-fogo e a participar­em construtiv­amente, através de um diálogo político inclusivo, na implementa­ção do Acordo Político para a Paz e Reconcilia­ção na RCA assinado em 2019", apelou o chefe da diplomacia angolana.

Levantamen­to do embargo de armas

O ministro recordou o pedido feito pelo Chefe de Estado angolano e presidente em exercício da CIRGL, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, realizada a 23 de Junho deste ano, sobre a necessidad­e do levantar do embargo de armas imposto à RCA.

Embora o pedido de Angola continue válido, salientou, "acreditamo­s que a avaliação e a determinaç­ão de manter o embargo à luz dos progressos positivos alcançados no terreno pelo Governo da RCA recaem sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas".

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