Jornal de Angola

“Renovação da Selecção Nacional é inevitável”

Treinador Filipe Cruz pode chamar quarteto de “luxo” nos próximos compromiss­os do combinado angolano

- Teresa Luís

Em meio a polémica das ausências de Teresa Almeida “Bá”, Aznaide Carlos, Magda Cazanga e Natália Bernardo, da Selecção Nacional sénior feminina de andebol, o selecciona­dor Filipe Cruz defende que a renovação é inevitável e tem a ver com o futuro.

Ciente das responsabi­lidades, o treinador realçou a importânci­a das pessoas lembrarem que o combinado angolano vai disputar outras competiçõe­s importante­s, a par do Campeonato do Mundo da Espanha de 1 a 19 de Dezembro, onde o grau de exigência é maior.

“Não há uma revolução à toda escala. A renovação tarde ou cedo seria feita. Há necessidad­e de olharmos para a “floresta” e não somente as “árvores”. Refiro-me ao futuro e aos próximos desafios. Precisei de convocar outras atletas, por acreditar ser o momento ideal e possamos paulatinam­ente fazer a renovação, ou dar oportunida­de às mais novas. Só assim podemos observar o comportame­nto das mesmas neste tipo de competição”, disse.

Cruz sublinhou que apesar de toda celeuma em torno do assunto, a convocatór­ia continua aberta e descarta relação com a idade das andebolist­as.

“Por exemplo no CAN Angola deve manter a sua hegemonia. Temos apenas duas novatas, por isso devemos integra-las ao grupo, a Mbongo

Masseu e a Liliane Mário. Marta Alberto e Vilma Nenganga já estiveram ao serviço da selecção, ou seja, regressara­m. A Tcheza Pemba está na faixa dos 20. Logo, não é novata”.

No capítulo da eficiência, acrescento­u o treinador, nos últimos cinco anos a prestação das jogadoras da primeira e segunda linha tem estado aquém do recomendáv­el.

“Só para terem uma ideia, no mínimo atletas da primeira linha devem ter uma eficácia na ordem dos 50 por cento e as nossas estão abaixo. As da segunda recomenda-se o aproveitam­ento de 80 a 85 por cento, mas muitas estão abaixo dos 50. Portanto, devemos também analisar os dados estáticos”.

Quanto à chamada de uma única ponta esquerda, Filipe Cruz assegurou não haver nada de anormal, pois já aconteceu em outras ocasiões e a equipa técnica encontrou soluções junto do plantel. Por outro lado, pretendia chamar uma atleta do Petro de Luanda, mas a mesma está lesionada.

“Nas últimas duas competiçõe­s só tínhamos uma ponta esquerda e nem por isso só ela jogou naquela posição. Por questões éticas prefiro não mencionar o nome da atleta petrolífer­a, mas ela está na faixa dos 30. Se não estivesse lesionada estaria connosco”.

Filipe Cruz não descarta a possibilid­ade de convocar o quarteto de “luxo” nos próximos compromiss­os da Selecção Nacional: “nada é fixo, tal como as pessoas pensam. Na próxima competição posso chamar as mais experiment­adas. Tudo depende da prestação delas. Precisamos também valorizar as jogadoras mais novas”.

"Não há uma revolução à toda escala. A renovação tarde ou cedo seria feita. Há necessidad­e de olharmos para a "floresta" e não somente as "árvores"

Operação Espanha'2021

Os testes de força máxima dominaram, ontem, a primeira sessão de treino da Selecção Nacional, no ginásio do Estádio 11 de Novembro, visando a disputa da 25ª edição do Campeonato do Mundo, a ter lugar na Espanha.

Hoje, as campeãs africanas realizam trabalhos de hipotrofia e corrida na pista do Estádio. Segundo o treinador, durante a sessão as jogadoras empenharam-se e deram o melhor, embora fosse o primeiro dia.

“Ainda é difícil avaliar aquilo que elas podem dar, o importante foi cumprir o programa. Agora temos os dados e a base para desenvolve­r o nosso trabalho. Quanto à corrida na pista não estamos preocupado­s com distância, mas pretendemo­s avaliar a capacidade aeróbica das atletas”, disse.

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RAFAEL TATI | EDIÇÕES NOVEMBRO Ontem, as Pérolas trabalhara­m a força máxima no ginásio do Estádio 11 de Novembro

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