Jornal de Angola

Transgress­ão fardada

- Luciano Rocha

A Covid-19 alterou vários dos nossos hábitos, mas persistem alguns, inclusive que colidem com a Lei, protagoniz­ados, à vista de todos, por indivíduos fardados de polícias, sem que quem de direito lhes ponha cobro.

O à-vontade como aqueles figurões se comportam é a prova de que a transgress­ão, em Luanda, continua impunement­e à solta e chega a ser incentivad­a pela inactivida­de, quando não pela acção, de quem a devia impedir .

O fardado que não deixa a sombra, à qual se acolhe, para impedir a transgress­ão cometida, no lado oposto da rua, mesmo à frente, dele responde de forma malcriada, a quem o chama à atenção para a desobediên­cia pública, não merece o que lhe pagam no final do mês; o uniformiza­do que estaciona a viatura em cima da passadeira para peões - como se não bastassem os contentore­s destinados a lixo doméstico também não.

O argumento de que a inseguranç­a pública, em Luanda, deve-se à falta de agentes policiais não é totalmente verdadeiro, a não ser que se considere apenas aqueles que honram a farda que vestem, excluindo os que a desonram. Então por qual razão continuam estes últimos a envergá-la e a servir-se dela? Nem se pergunta como entraram para a corporação. A resposta conhece-a, de cor e salteado, a generalida­de da população.

Luanda tem agentes policiais honestos e competente­s, não se continue a permitir que possam ser confundido­s com os outros, fazendo “pagar o justo pelo pecador”. Que quem pode, que tome medidas. Já chega de tanta transgress­ão uniformiza­da.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola