Transgressão fardada
A Covid-19 alterou vários dos nossos hábitos, mas persistem alguns, inclusive que colidem com a Lei, protagonizados, à vista de todos, por indivíduos fardados de polícias, sem que quem de direito lhes ponha cobro.
O à-vontade como aqueles figurões se comportam é a prova de que a transgressão, em Luanda, continua impunemente à solta e chega a ser incentivada pela inactividade, quando não pela acção, de quem a devia impedir .
O fardado que não deixa a sombra, à qual se acolhe, para impedir a transgressão cometida, no lado oposto da rua, mesmo à frente, dele responde de forma malcriada, a quem o chama à atenção para a desobediência pública, não merece o que lhe pagam no final do mês; o uniformizado que estaciona a viatura em cima da passadeira para peões - como se não bastassem os contentores destinados a lixo doméstico também não.
O argumento de que a insegurança pública, em Luanda, deve-se à falta de agentes policiais não é totalmente verdadeiro, a não ser que se considere apenas aqueles que honram a farda que vestem, excluindo os que a desonram. Então por qual razão continuam estes últimos a envergá-la e a servir-se dela? Nem se pergunta como entraram para a corporação. A resposta conhece-a, de cor e salteado, a generalidade da população.
Luanda tem agentes policiais honestos e competentes, não se continue a permitir que possam ser confundidos com os outros, fazendo “pagar o justo pelo pecador”. Que quem pode, que tome medidas. Já chega de tanta transgressão uniformizada.