Paulina Chiziane vence “Camões”
A escritora moçambicana Paulina Chiziane, 66 anos, é a vencedora do Prémio Camões 2021, numa escolha feita, quartafeira, por unanimidade.
Em 33 anos, é a terceira vez que o prémio é atribuído a um autor moçambicano, depois das distinções de José Craveirinha em 1991 e Mia Couto em 2013.
O júri decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio à escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando a sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra.
O júri lembrou, igualmente, a importância que a autora dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana.
Também o trabalho recente de aproximação aos jovens de Paulina Chiziane— através da construção de pontes entre a literatura e outras artes — foi destacado.
Paulina Chiziane está traduzida em muitos países e é hoje uma das vozes da ficção africana mais conhecida internacionalmente, tendo já recebido vários prémios e condecorações.
O painel de jurados era composto pelos professores universitários Ana Martinho e Carlos Mendes de Sousa (Portugal), pelo escritor e investigador Jorge Alves de Lima e pelo professor universitário Raul César Fernandes (Brasil) e pelos escritores Tony Tcheka (Guiné-bissau) e Teresa Manjate (Moçambique).
O Prémio Camões foi, na sua génese, instituído, em 1988, por Portugal e pelo Brasil, com o objectivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Entre os vencedores das 32 edições anteriores do prémio estão Miguel Torga (1989), Vergílio Ferreira (1992), Jorge Amado (1994), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Pepetela (1997), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Rubem Fonseca (2003), Agustina Bessa-luís (2004), António Lobo Antunes (2007), Raduan Nassar (2016), Vítor Aguiar e Silva (2020), Chico Buarque (2019), Germano Almeida (2018) e Manuel Alegre (2017).