Vacina e certificado não serão obrigatórios
O Presidente do Brasil reafirmou que a vacina contra a Covid-19 não será obrigatória, nem o certificado de vacinação, já adoptado por alguns estados e municípios do país.
“No que depender do Governo Federal, a vacina não será obrigatória e não teremos passaporte sanitário. A liberdade deve estar acima de tudo”, reiterou, na quinta-feira, Jair Bolsonaro, na habitual transmissão semanal em directo nas redes sociais.
As declarações de Bolsonaro surgiram um dia após ter sido acusado de nove crimes durante a gestão da pandemia, por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que, ao longo de seis meses, investigou alegadas falhas e omissões do Executivo na condução da crise sanitária.
A CPI concluiu que o Presidente agravou a crise de saúde por uma “decisão política” e acusou-se de “crimes contra a humanidade”.
O Brasil, um dos três países mais afectados no mundo, em números absolutos, juntamente com os Estados Unidos e com a Índia, acumula quase 21,7 milhões de casos confirmados e 604.679 óbitos devido à doença.
No total, foram atribuídos a Bolsonaro os crimes de prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infracção a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
Sobre a acusação, Bolsonaro afirmou ter a “consciência limpa”.
“Não vou discutir essa história de fantasia”, disse, numa referência ao trabalho da CPI.
O Chefe de Estado brasileiro também disse que raramente usava máscara e afirmou que as autoridades sanitárias dos Estados Unidos indicaram que a “maioria das mortes” atribuídas à gripe espanhola, no início do século XX, ocorreram por pneumonia bacteriana, “causada pelo uso de máscara”.
“Talvez eu seja o único Chefe de Estado do mundo a dar a cara sobre isso. A decisão nem sempre agrada a todo o mundo, mas temos que decidir de que lado estamos e não é do lado politicamente correcto. Eu escolhi o lado certo, o lado da verdade “, acrescentou.
Para Bolsonaro, “a política do 'fique em casa' é uma das mais perversas da humanidade”. “Aqui, no Brasil, todos a adoptaram. Grande parte da população pediu 'lockdown' e eu tinha poder para fechar o Brasil, mas não fechei um botequim (bar)sequer”, disse.