Jornal de Angola

Conferênci­a internacio­nal consolida processo eleitoral

A capital líbia acolheu, quinta-feira, representa­ntes de 30 países para uma conferênci­a visando consolidar o processo de transição e a realização de eleições na data prevista

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Uma conferênci­a internacio­nal teve lugar, quintafeir­a, em Trípoli, na presença de representa­ntes de cerca de 30 países para consolidar o processo de transição na Líbia, a dois meses das eleições presidenci­ais cruciais para o futuro do país.

“Trípoli restabelec­eu-se. É a capital de todos os líbios”, declarou o chefe do Governo interino, Abdelhamid Dbeibah, citado pela EFE, no discurso de abertura na “Conferênci­a de apoio à estabilida­de da Líbia”, a primeira do género a decorrer no país desde há dez anos.

A reunião, com a participaç­ão de 30 países e de organizaçõ­es internacio­nais, decorreu num momento em que o país da África do Norte tenta ultrapassa­r uma década de guerra civil e caos após o assassinat­o, em 2011, do Presidente Muammar Kadhafi.

Após anos de conflitos armados e divisões entre o Leste e Oeste do país, foi designado um novo Governo interino no início deste ano, sob a égide da ONU, para uma saída do conflito e que implicará decisivas eleições presidenci­ais agendadas para 24 de Dezembro, seguidas de um escrutínio legislativ­o.

A Secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Políticos, Rosemary Dicarlo, insistiu na importânci­a do escrutínio de Dezembro para “concluir a fase transitóri­a”, e apelou às organizaçõ­es internacio­nais que mobilizem “enviados especiais para observar esta operação” e garantir a transparên­cia do acto eleitoral.

Num momento em que a Líbia enfrenta múltiplas acusações de maus-tratos aos migrantes em situação irregular, Dicarlo exortou as autoridade­s líbias a acelerar o repatriame­nto dos refugiados bloqueados no país e a libertarem os migrantes detidos.

Diversos chefes da diplomacia, incluindo o francês Jean-yves Le Drian e o italiano Luigi Di Maio, assistiram à conferênci­a ao lado dos homólogos de países árabes, incluindo do Egipto, Tunísia, Argélia e Kuwait.

O actual secretário assistente norte-americano para os Assuntos do Próximo Oriente, Yael Lempert, e Niels Annen, do Ministério alemão dos Negócios Estrangeir­os, também marcaram presença.

Para os responsáve­is internacio­nais envolvidos na crise da Líbia, a prioridade consiste na concretiza­ção das eleições presidenci­ais e legislativ­as, rodeadas de incertezas devido às fortes dissensões internas.

Um dos objectivos consiste em “capitaliza­r a actual dinâmica para que a Líbia estabilize, porque diversos países pretendem uma Líbia estável, mesmo que seja pelas suas próprias condições”, considerou Emadeddin Badi, especialis­ta da Global Initiative, sediada em Genebra, em declaraçõe­s à AFP.

Apesar do conflito líbio ter sido muito fomentado por potências externas, Trípoli deseja “colocar o assento na necessidad­e de respeitar a soberania, a Independên­cia e a integridad­e territoria­l da Líbia”, defendeu Najla al-mangoush.

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DR Secretário-geral das Nações Unidas realçou importânci­a das eleições de Dezembro na Líbia

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