Tribunal “chumba” pedido de Jacob Zuma
O Tribunal Superior de Pietermaritzburg, Sudeste da África do Sul, indeferiu, ontem, o pedido do ex-presidente Jacob Zuma para o afastamento do procurador público Billy Downer do seu processo por corrupção pública.
O juiz sul-africano, Piet Koen, rejeitou o pedido de “recurso especial” de Zuma ordenando a continuação do julgamento do ex-chefe de Estado por corrupção pública.
“É no interesse de todas as partes, o acusado, o Estado representando o público em geral, que este caso seja resolvido o mais breve possível porque já se arrastou por imenso tempo, julgo que todos querem certezas de uma forma ou de outra”, adiantou o juiz sul-africano.
O início do julgamento ficou agendado para 11 de Abril de 2022, disse à Lusa o advogado Mthunzi Mhaga, da Autoridade de Procuradoria Nacional (NPA), no âmbito do Ministério Público.
Jacob Zuma, que esteve presente na sala do tribunal, reclamava o afastamento de
Downer de liderar o processo de acusação do NPA, acusando o advogado sul-africano de ser “tendencioso” contra ele.
O ex-presidente tentou, também, ser absolvido das acusações de corrupção que enfrenta na Justiça sul-africana. Jacob Zuma apresentou, na semana passada, uma queixa contra o procurador Billy Downer, por ter, alegadamente, divulgado as suas informações médicas.
O ex-presidente foi posto no mês passado em liberdade condicional médica depois de ter sido preso em 8 de Julho para cumprir uma pena de prisão de 15 meses, por se recusar a testemunhar perante a Comissão Judicial ‘Zondo’, que investiga a captura do Estado pela grande corrupção pública durante o seu mandato (2009-2018).
Zuma enfrenta 16 acusações de fraude, suborno e extorsão, relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-presidente do país.