Estética africana e legado do pintor Malangatana em debate na Fundação Sagrada Esperança
Assinala-se hoje, 27 de Outubro, o Dia Mundial do Património Audiovisual, uma data instituída pela UNESCO, em 2005. A Aprocima exibe às 15h30 o vídeo “Diálogo com Malangatana Ngwenya - Memórias”, seguido de debate sobre estética africana
A exibição do documentário “Diálogo com Malangatana Ngwenya - Memórias”, hoje, às 15h30, no anfiteatro Afonso Van-dúnem “Mbinda”, em Luanda, é uma das actividades promovidas pela Associação Angolana de Profissionais de Cinema e Audiovual (Aprocima) para comemorar o 27 de Outubro, Dia Mundial do Património Audiovisual.
Instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2005, a data visa despertar a consciência sobre a importância e os riscos de preservação dos documentos sonoros e audiovisuais gravados (filmes, gravações de som e vídeo, programas de rádio e televisão).
Após a exibição, seguese um debate sobre estética africana, a estetética do nu e a valorização do artista pelo Estado, cujo painel integra o realizador do documentário Francisco Keth, os moderadores a jornalista Sara Fialho, e o artista plástico angolano Aladino Jasse, que trabalhou com Malangatana Ngwenya, entre 2000 e 2002, em Matalana, terra natal do artista moçambicano.
Participam do debate artistas plásticos, coleccionadores, jornalistas, estudantes de arte, críticos e historiadores de arte, bem como cidadãos moçambicanos residentes em Luanda, em representação da comunidade moçambicana em Angola.
O documentário, de 50 minutos, rodado em 2006, em Maputo, é protagonista o artista plástico moçambicano Malangatana, e revela ainda o percurso de um dos mais conceituados artistas africanos.
Sob o lema “Preservar o cinema e os registos audiovisuais, é dar vida à nossa história”, as actividas da APROCIMA decorrem entre os dias 26 e 29, e inclui, também, visitas às salas de cinema Ngola, São Paulo, Tivoli, Karl Marx e Miramar, no dia 29, sexta-feira.
Distribuição e exibição
“Soluções para Distribuição e Exibição de filmes no circuito nacional e internacional” foi tema, ontem, de uma palestra proferida no auditório do Instituto Metropolitano de Angola (Imetro), em Luanda, por Estefânia de Sousa, directora de Assuntos Corporativos da Multichoice Angola, Hugo Barbio, director Comercial do Cine Max (Belas Shopping) e Domingos Magalhães, coordenador da
Comissão de Gestão da Edecine. Os oradores fizeram um historial sobre a actividade das instituições que representam, e dos critérios de natureza comercial em que se assentam as acções relacionadas com a distribuição e exibição de filmes quer nacionais quer estrangeiros a nível do país, particularmente nas salas de cinema e nos canais de televisão em que a Multichoice representa na sua grelha de programas.
Depois seguiram-se várias perguntas dos estudantes de Cinema e profissionais do ramo, entre realizadores e produtores, que participaram na palestra, durante cerca de duas horas.
Antes da palestra estava prevista a exibida da ficção “Kiala Mukanga”, sendo adiada para o próximo mês, numa mostra histórica resenha nacional - para a comemoração de mais um aniversário da independência nacional, a asinalar-se a 11 de Novembro.
“Kiala Mukanga”, uma uma produção do antigo Laboratório Nacional de Cinema, afecto ao Ministério da Cultura, produzida na década de 1980, pertence ao realizadores Henrique Ruivo Alves (Ritz) e Manuel Tomás Francisco (Fininho), da Equipa Ngenji. Filmado no formato película (16mm) preto e branco, é um dos clássicos da filmografia angolana de ficção, em função da narrativa, além dos aspectos metafóricos que a obra congrega. Retrata a história de três camponeses que decidem juntar os seus produtos (mandioca) e de outros camponeses para vender num dos mercados paralelos em Luanda.
O grupo de três camponeses aluga um camião a um camionista, que se dedica à candonga (comércio ilegal). Chegados a Luanda têm um grande prejuízo, a mandioca apodrece e não conseguem dinheiro suficiente para pagar o motorista. Um dos camponeses (José), cuja namorada (Minga) sai da Quizenga, em Malanje, para Luanda, afim de estudar a quinta classe, encontra-na a viver com um cooperante recusando-se a voltar para o campo.
“Kiala Mukanga” é o primeiro filme de ficção do período 1975-1985, considerado como período áureo do Cinema Angolano, depois seguiram-se “Nelisita” (1982), de Rui Duarte de Carvalho, e “Memória de Um dia” (1984), de Orlando Fortunato.
exibição do documentário “Diálogo com Malangatana Ngwenya - Memórias”, hoje, às 15h30, no anfiteatro Afonso Van-dúnem “Mbinda”, em Luanda, é uma das actividades promovidas pela Associação Angolana de Profissionais de Cinema e Audiovisual (Aprocima) para comemorar o 27 de Outubro, Dia Mundial do Património Audiovisual.