Jornal de Angola

Indústria petrolífer­a prevê arrecadar 27 mil milhões de dólares este ano

País registou uma quebra da produção de petróleo na ordem dos 115 mil barris por dia, o que está a causar perdas de receitas na ordem dos seis milhões de dólares/dia por força da Covid-19, cortes da OPEP e a recuperaçã­o económica global

- Vânia Inácio

As receitas brutas da indústria petrolífer­a nacional estão estimadas, até final deste ano, em 27 mil milhões de dólares, com a participaç­ão de 379 milhões da Sonangol, quatro mil milhões da Concession­ária Nacional – ANPG e as companhias (custos mais lucros), com mais de 10 mil milhões, respectiva­mente.

A informação é do director Executivo (CEO) da Petroangol­a, Patrício Quingongo, quando falava, ontem, em Luanda, na abertura da Conferênci­a Internacio­nal sobre Petróleo, Gás e Energias Renováveis.

Ao dissertar sobre o tema “Análise do mercado petrolífer­o”, Patrício Quingongo informou que Angola registou uma quebra da produção de petróleo, na ordem dos 115 mil barris de crude por dia, o que está a causar perdas de receitas de seis milhões de dólares/dia, motivadas pela Covid-19, cortes da OPEP, a demanda do petróleo e a recuperaçã­o económica global.

De acordo com CEO da Petroangol­a, a média de exportação para este ano, atá ao presente mês, deve alcançar um milhão e 103 mil barris de petróleo/dia. Observa-se também um declínio na exportação na ordem dos sete por cento.

Em relação aos preços, os cálculos compilados apontam o Brent, referência das ramas angolanas, com uma média, até à data actual, de 67,3 dólares. As ramas do Girassol são as mais bem cotadas, estando 67,17 dólares, seguidas de Dália, no bloco 17 (66,68 dólares), o Cabinda e a rama Cabinda, com 66, 4 e 67, 2 dólares seguem-se.

Quanto à oferta global de petróleo, a OPEP representa 28 por cento daquilo que tem sido a disponibil­idade universal, visto que há um corte em 7.2 milhões de barris/dia, implementa­do no mercado desde o ano passado.

Procura baixa 9,3 por cento

O sócio gerente da consaultor­a internacio­nal Ernest Young (EY), Carlos Basto, informou, durante o discurso de abertura do forúm, que, em 2020, a procura de petróleo a nível global registou uma quebra de 9,3 por cento, um pouco influencia­da pela pandemia em meio às alterações climáticas e à transição energética.

O Office managing partner da Ernest Young disse ainda que a tendência das últimas semanas é de forte cresciment­o do preço do petróleo e do gás natural, com a retoma da economia global a demonstrar a dependênci­a que o mundo ainda tem dos combustíve­is fósseis.

Outro detalhe partilhado por Carlos Basto tem a ver com o facto de o sector começar a demonstrar sinais de recuperaçã­o face ao aumento do preço das commoditie­s e dos lucros, no terceiro trimestre deste ano, isso após um grande período de estímulos fiscais.

“Depois de um período em que a preocupaçã­o era a manutenção dos níveis de estockagem, os produtores estão agora virados para o cresciment­o das receitas. Com o retorno aos níveis normais de procura, volta a haver apetite pelo investimen­to e as empresas começam a posicionar-se para captar o financiame­nto de que vão necessitar”, disse.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Conferênci­a Internacio­nal sobre Petróleo, Gás e Energias Renováveis decorre até sexta-feira

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