Clientes devem mais de 150 mil milhões à ENDE
Um total de 159 mil milhões de kwanzas é quanto os clientes devem à Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), em todo o país, desde o surgimento da pandemia da Covid-19, em 2020, revelou, ontem, em Mbanza Kongo, província do Zaire, o presidente do Conselho da Administração (PCA).
Hélder de Jesus Garcia Adão disse, à margem da cerimónia de inauguração de novas instalações da ENDE em Mbanza Kongo, que a referida dívida reparte-se por instituições públicas, privadas e clientes singulares, situação que impõe várias limitações no desempenho regular da empresa.
“Esta elevada dívida acumulada por parte dos nossos clientes, limita a capacidade de fazer outros investimentos, como por exemplo a expansão da rede eléctrica nacional, bem como a reposição do stock de material nos armazéns para acudir eventuais avarias”, lamentou Hélder Adão.
Questionado sobre os elevados preços das tarifas cobradas, o PCA da ENDE disse que os preços aplicados a nível do país são os mais baixos quando comparados com outros países da SADC.
Segundo avançou, durante muitas décadas, em Angola, o Estado subsidiava 60 por cento do consumo de energia eléctrica, o cidadão pagava apenas os restantes 40 por cento.
“Em 2019, esses subsídios foram cortados. Houve um reajuste da tarifa, mas ainda assim, não cobre os custos de produção”, frisou.
Para evitar a acumulação de dívidas, Hélder Adão anunciou a substituição de contadores convencionais pós-pagos pelos pré-pagos a nível de todo o país, cuja aquisição por equipamento vai custar aos cofres do Estado entre os 25 e 110 dólares norteamericanos.
“No próximo ano, a ENDE prevê montar 1.200.000 novos contadores do sistema prépago a nível de todo o país, no sentido de, paulatinamente, substituirmos os actuais aparelhos do sistema pós-pago”, anunciou.