Jornal de Angola

A interdição do Estádio 11 de Novembro

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O que se temia aconteceu. O Estádio Nacional 11 de Novembro, o maior do país, construído para acolher um dos grupos do CAN de 2010, foi interditad­o, pela Confederaç­ão Africana de Futebol (CAF), de receber jogos, devido à degradação acentuada.

A interdição da catedral do futebol nacional, que roubou o estatuto à Cidadela Desportiva, já se especulava há alguns dias, depois de o estado actual do relvado, as bancadas e os balneários de acesso ao público terem despertado a atenção dos inspectore­s da CAF.

A inspecção ao estádio, orientada pela CAF e efectuada pela própria Federação Angolana de Futebol (FAF), no dia 22 do mês em curso, ditou o encerramen­to da infra-estrutura, por não reunir as condições exigidas pela entidade reitora do futebol no continente.

Com esta decisão, além da proibição dos jogos do Campeonato Nacional, as equipas angolanas envolvidas nas Afrotaças não poderão realizar os jogos no 11 de Novembro, o que vai implicar enormes gastos com o transporte, alojamento e pagamento a estádios alternativ­os.

Entretanto, mostrando alguma razoabilid­ade, a CAF permitiu a realização do jogo de ontem entre o Petro de Luanda e o Desportivo da Lunda-sul, para o Girabola, bem como o Angola-egipto, agendado para o dia 12 de Novembro e válido para a quinta ronda da eliminatór­ia de acesso ao Mundial do Qatar, segundo disse, ao Jornal de Angola, o director do Gabinete de Comunicaçã­o e Marketing da FAF, António Muaxilela.

A degradação não se regista apenas no 11 de Novembro. Trata-se de uma situação a que estão votados quase todos os estádios no país. O mesmo acontece com os outros três construído­s para o CAN, nomeadamen­te o de "Ombaka", em Benguela, "Chiazi", em Cabinda, e da "Tundavala", no Lubango, que custaram aos cofres do Estado 85 milhões de dólares.

Lindos como eram, com relvas impecáveis e estruturas modernas, os quatro estádios podiam rivalizar com os melhores que existem no continente e, quiçá, alguns pelo mundo. Relativame­nte ao 11 de Novembro, não precisa entrar-se para o estádio para constatar que perdeu o brilho de outros anos. A linda cobertura deixou de ter o anterior brilho, tanta é a poeira em si impregnada.

É muita pena que, em dez anos, os estádios construído­s no âmbito do CAN estejam no estado em que se encontram. A falta de manutenção é o principal motivo do actual cenário. Portanto, de nada vai adiantar fazer trabalhos paliativos, só para a CAF recuar na sua decisão, pois uma outra sanção poderá ser aplicada. A solução do problema passa por manutenção regular aos estádios que precisam de recursos.

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