Desinformação e conspiração fortalecem resistências à vacina em países da CPLP
Intitulado “Determinantes da hesitação vacinal em relação à Covid-19 em Países de Língua Portuguesa”, o estudo teve como objectivo estimar a prevalência e os factores associados à hesitação vacinal em Países de Língua Portuguesa
A desinformação, teorias da conspiração e rumores fortalecem reticências sobre vacinas contra a Covid-19 nos países lusófonos, que registam globalmente 21% de "hesitação vacinal", segundo um estudo do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Universidade Nova de Lisboa.
De acordo com o instituto, a "hesitação em relação à vacina Covid-19 tem causado preocupação entre as autoridades de saúde, incluindo nos Países de Língua Portuguesa".
"A desinformação e disseminação massiva de informações falsas, teorias de conspiração e rumores sobre as vacinas [contra a] Covid19, além da polarização política, estão entre os principais factores que preocupam os países, mesmo antes do início da vacinação, e fortalecem directa e indiretamente a hesitação vacinal, contribuindo para o alcance tardio da imunidade colectiva", refere a nota.
Intitulado “Determinantes da hesitação vacinal em relação à Covid-19 em Países de Língua Portuguesa”, o estudo teve como objectivo estimar a prevalência e os factores associados à hesitação vacinal em Países de Língua Portuguesa, de modo a contribuir para a criação de estratégias mais eficazes para aumentar a aceitação da vacina contra o vírus.
Trata-se de um estudo observacional e analítico, com base na colheita on-line de dados de 6.843 indivíduos de sete países de Língua Oficial portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
O relatório concluiu que "a taxa global de hesitação vacinal foi de 21%, com consideráveis variações entre os países" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Reflectindo sobre estas descobertas, os investigadores observam que, no contexto da hesitação vacinal relacionada com a Covid19, "as redes sociais contribuem para a criação de bolhas afectivo-informacionais de desinformação, guiadas por uma lógica algorítmica, em que as pessoas procuram informações que reforcem os seus preconceitos e aliviem os seus medos e tensões, mesmo que sejam baseadas em erros".
Além disso, os investigadores alertam que "características específicas relacionadas com o género, a idade e vulnerabilidades sociais e cognitivas, somadas ao conhecimento adquirido, pouco fundamentado e/ou mal representado sobre a vacina Covid-19", são aspectos a considerar no planeamento das campanhas de vacinação.
“É necessário responder de maneira oportuna, rápida e precisa aos desafios colocados pela hesitação vacinal”, consideram os autores do estudo.
Além disso, os investigadores alertam que "características específicas relacionadas com o género, a idade e vulnerabilidades sociais e cognitivas, somadas ao conhecimento adquirido, pouco fundamentado e/ou mal representado sobre a vacina Covid-19", são aspectos a considerar no planeamento das campanhas de vacinação