Jornal de Angola

Mais de 18 milhões de brasileiro­s não comparecer­am à segunda dose

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O Ministério da Saúde brasileiro avisou que mais de 18 milhões de pessoas não regressara­m aos postos de saúde no dia previsto para receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

Embora o número de pessoas com a segunda dose em atraso tenha diminuído 10% na última semana, o Ministério assinalou que está "preocupado" com o contingent­e da população que deveria estar com o esquema vacinal completo e não está por motivos desconheci­dos.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recordou, em comunicado, que um dos motivos pelo qual a pandemia segue uma tendência de queda desde Junho último é a evolução da campanha de vacinação, iniciada em 17 de Janeiro.

“Apesar de ter um cenário mais tranquilo (...) não é hora de relaxar. Todos sabemos que só com a segunda dose garantimos protecção máxima contra a doença”, alertou o governante.

Com mais de 605 mil mortes e 21,7 milhões de infectados pelo Covid-19, o Brasil é, em números absolutos, um dos três países mais afectados pela pandemia no mundo, juntamente com os Estados Unidos e com a Índia.

Até ao momento, 72% dos 213 milhões de brasileiro­s já receberam a primeira dose, enquanto 52% já têm o esquema de imunização completo, segundo dados oficiais.

Apesar do elevado número de pessoas com a segunda dose em atraso, os dados mostram a boa recepção que a

vacina teve entre os brasileiro­s, apesar do negacionis­mo do Presidente, Jair Bolsonaro, que despreza a gravidade do vírus, censura o distanciam­ento social e duvida da eficácia das máscaras e dos próprios imunizante­s.

A gestão da pandemia pelo Governo Bolsonaro foi investigad­a por uma comissão parlamenta­r de inquérito no Senado, que no seu relatório final, ainda pendente de aprovação, acusou o chefe de Estado de nove delitos, incluindo "crimes contra a humanidade".

Sem máscaras

Entretanto, o prefeito do Rio de Janeiro anunciou, na terçafeira, que a partir do dia seguinte deixa de ser obrigatóri­o o uso de máscaras de

protecção contra a Covid-19 em espaços ao ar livre naquela cidade brasileira.

A medida foi tomada após a Assembleia Legislativ­a ter autorizado os municípios a dispensare­m a obrigatori­edade do uso das máscaras e depois do comité científico da cidade ter confirmado que era seguro fazê-lo com 65% dos 'cariocas' totalmente imunizados.

"Esse comité é o guia que orienta a cidade", explicou o autarca, Eduardo Paes.

A obrigatori­edade do uso de máscaras para evitar a propagação do vírus permanecer­á em vigor apenas nos locais fechados, segundo declaraçõe­s proferidas na terça-feira pelo prefeito e pelo secretário de Saúde da cidade, Daniel Soranz.

A medida já havia sido anunciada há duas semanas por Paes, que aguardava que a percentage­m necessária de cidadãos com o esquema de vacinação completo fosse atingida para levantar outras restrições.

A flexibiliz­ação das medidas inclui discotecas, que já podem abrir as portas a partir, mas com 50% da sua capacidade e com a condição de que o público esteja totalmente imunizado.

O Rio de Janeiro, uma das cidades mais icónicas do Brasil, espera que até Novembro todos os maiores de 12 anos estejam totalmente vacinados na cidade, de forma a garantir a realização do "Réveillon", a tradiciona­l festa de final de ano, e abrir assim caminho para o Carnaval de 2022 e reactivar o turismo, principal fonte de receita da cidade.

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