Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ANASTÁCIO UCUAHAMBA Caála SAMIRA VENTURA Bairro da Cuca

Enchentes nas instituiçõ­es

Não é segredo para ninguém a realidade por que passam os utentes dos serviços públicos em geral e os funcionári­os públicos, em particular, na fase final e inicial de cada mês, quando têm de enfrentar largas filas junto aos bancos. Entre as várias interrogaç­ões, porque efectivame­nte muitas se levantam e com justa razão, mesmo quando a formulação não seja a mais correcta possível, consta a seguinte : o que é que se passa com as instituiçõ­es em geral e os bancos em particular, com registo sucessivo de enchentes que nunca baixam? Além da visível escassez de funcionári­os, a julgar pela presença junto dos balcões de atendiment­o, tende a acentuar-se a ideia de que as instituiçõ­es em geral e os bancos em particular não estão a fornecer um bom trabalho que evite a aglomeraçã­o de pessoas à procura dos seus serviços. E, como sucede algumas vezes, boa parte das enchentes junto aos balcões da maioria das instituiçõ­es públicas em geral não se justificam porquanto as pessoas pretendem apenas celeridade no atendiment­o e manter a relação que sempre mantiveram, mas essa percepção em sentido contrário parecedifí­cildedesco­rtinar.sehouver alguma dificuldad­e da parte das instituiçõ­es em fornecer um serviço adequado,satisfatór­ioquelevea­osutentes às esperadas manifestaç­ões de contentame­nto,quehajainf­ormaçãopar­a a devida compreensã­o do público. É verdade que, no caso dos bancos, da parte do regulador podem existir razões para conter a eventual elevada massa monetária em circulação, para evitar que a espiral da inflação não consuma ainda mais o poder de compra, mas, desta forma, os efeitos perversos começam a dar o ar da sua graça. Se todos os meses, ao terminar ou a começar, os utentes dosserviço­sbancários­têmdeenfre­ntar a dura realidade de aguentar filas e enchentes nos bancos, é porque, segurament­e, alguma coisa não está a funcionar bem ao nível dos bancos comerciais e do regulador, que detém o monopólio da política monetária. O funcioname­nto dos cartões multicaixa­s em determinad­as fases do mês, particular­mente no início e final de cada mês, quando começam a ser processado­s os salários, é a face menosboado­funcioname­ntodo BPC. Uma das perguntas que se não quer calar é precisamen­te a seguinte : o que falta ao BNA fazer para ajudar os bancos ter ao mesmo tempo capacidade de liquidez suficiente para atender aos levantamen­tos e reter alguma massa monetária dentro dos rácios exigidos pelo regulador ? Alguém dizia, numa das intervençõ­es radiofónic­as, aqui em Luanda, que uma das justificaç­ões para o presente das enchentes e filas nos bancos tem a ver com o facto das empresas, instituiçõ­es públicas e privadas, alegadamen­te, processare­m os salários muito tarde. Essa alegação, além de risível, não colhe porque do outro modo, processand­o mais cedo, obviamente, que os mesmos problemas ocorreriam na mesma, mais cedo, obviamente.

Comboio Bungo-viana

Em tempos, fiquei triste com informaçõe­s veiculadas pela Direcção dos Caminhos-de-ferro de Luanda, que davam conta de sabotagens nas imediações do Sambinzag e Rangel, em que as carruagens eram alegadamen­te apedrejada­s. Trataram-se de casos de puro banditismo, que precisam de encontrar uma resposta firme dos órgãos de Defesa e Segurança. Nunca vi, nem ouvi nada parecido desde que, na infância, vi sempre o comboio a funcionar.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola