CARTAS DOS LEITORES
Enchentes nas instituições
Não é segredo para ninguém a realidade por que passam os utentes dos serviços públicos em geral e os funcionários públicos, em particular, na fase final e inicial de cada mês, quando têm de enfrentar largas filas junto aos bancos. Entre as várias interrogações, porque efectivamente muitas se levantam e com justa razão, mesmo quando a formulação não seja a mais correcta possível, consta a seguinte : o que é que se passa com as instituições em geral e os bancos em particular, com registo sucessivo de enchentes que nunca baixam? Além da visível escassez de funcionários, a julgar pela presença junto dos balcões de atendimento, tende a acentuar-se a ideia de que as instituições em geral e os bancos em particular não estão a fornecer um bom trabalho que evite a aglomeração de pessoas à procura dos seus serviços. E, como sucede algumas vezes, boa parte das enchentes junto aos balcões da maioria das instituições públicas em geral não se justificam porquanto as pessoas pretendem apenas celeridade no atendimento e manter a relação que sempre mantiveram, mas essa percepção em sentido contrário parecedifícildedescortinar.sehouver alguma dificuldade da parte das instituições em fornecer um serviço adequado,satisfatórioqueleveaosutentes às esperadas manifestações de contentamento,quehajainformaçãopara a devida compreensão do público. É verdade que, no caso dos bancos, da parte do regulador podem existir razões para conter a eventual elevada massa monetária em circulação, para evitar que a espiral da inflação não consuma ainda mais o poder de compra, mas, desta forma, os efeitos perversos começam a dar o ar da sua graça. Se todos os meses, ao terminar ou a começar, os utentes dosserviçosbancáriostêmdeenfrentar a dura realidade de aguentar filas e enchentes nos bancos, é porque, seguramente, alguma coisa não está a funcionar bem ao nível dos bancos comerciais e do regulador, que detém o monopólio da política monetária. O funcionamento dos cartões multicaixas em determinadas fases do mês, particularmente no início e final de cada mês, quando começam a ser processados os salários, é a face menosboadofuncionamentodo BPC. Uma das perguntas que se não quer calar é precisamente a seguinte : o que falta ao BNA fazer para ajudar os bancos ter ao mesmo tempo capacidade de liquidez suficiente para atender aos levantamentos e reter alguma massa monetária dentro dos rácios exigidos pelo regulador ? Alguém dizia, numa das intervenções radiofónicas, aqui em Luanda, que uma das justificações para o presente das enchentes e filas nos bancos tem a ver com o facto das empresas, instituições públicas e privadas, alegadamente, processarem os salários muito tarde. Essa alegação, além de risível, não colhe porque do outro modo, processando mais cedo, obviamente, que os mesmos problemas ocorreriam na mesma, mais cedo, obviamente.
Comboio Bungo-viana
Em tempos, fiquei triste com informações veiculadas pela Direcção dos Caminhos-de-ferro de Luanda, que davam conta de sabotagens nas imediações do Sambinzag e Rangel, em que as carruagens eram alegadamente apedrejadas. Trataram-se de casos de puro banditismo, que precisam de encontrar uma resposta firme dos órgãos de Defesa e Segurança. Nunca vi, nem ouvi nada parecido desde que, na infância, vi sempre o comboio a funcionar.