Arrancou privatização da rede Nosso Super
A privatização da rede de supermercados Nosso Super iniciou ontem, estando reservado a concorrentes nacionais, de acordo com um anúncio enviado, ontem, à nossa Redacção, pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
O documento indica que o processo de privatização, com a fase de recepção de candidaturas a permanecer aberta até ao dia 15 de Dezembro, ocorre por via de um concurso público na modalidade de Cessão do Direito de Exploração e Gestão para uma empresa privada, num contrato de cinco anos, com opção de compra.
O concurso inclui 24 lojas localizadas em 15 províncias, oito das quais em Luanda, embora os concorrentes podem apresentar propostas para a gestão de fracções da rede, habilitando-se a uma ou mais lojas, sem a obrigação da apresentação de propostas para a gestão de toda a rede.
Em Setembro, uma fonte do IGAPE que revelou a este jornal a iminência da privatização da rede Nosso Super, disse que uma outra cadeia de lojas, a Poupa Lá, também estava em vias de ser alienada.
As duas redes, já sob gestão privada, foram inscritas no Programa de Privatizações (Propriv) mais recentemente e são alienadas depois de implantadas pelo Executivo, no âmbito do Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População, concebido com o objectivo de se modernizar a rede comercial do país e de criar novas oportunidades de negócios.
Trajectória do Propriv
Informações recentes sobre o Programa de Privatizações (Propriv) indicam que o Governo já encaixou 455 mil milhões de kwanzas, dos 806 mil milhões previstos com a venda de 41 activos, segundo o secretário de Estado das Finanças para o Tesouro, Ottoniel dos Santos.
Dos 41 activos já alienados, constam seis empresas de referência, 17 unidades industriais localizadas na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-bengo, 12 exassociadas à Sonangol e seis integradas na categoria de “outros activos”.
Iniciado em 2019, o Propriv contemplava, naquela altura, a privatização de 195 activos. Contudo, em Fevereiro deste ano, foram excluídos 70 activos, restando agora 138.
Tendo em conta os 41 já alienados, o Propriv fica com 97 activos por privatizar até 2022, contando-se, entre estes, as participações do Estado nos bancos Caixa Geral Angola e BAI, bem como na construtora Mota Engil, a serem submetidas a concurso público até o primeiro semestre de 2022.
Em curso estão os processos de privatização do Banco de Comércio e Indústria (BCI), da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), da rede hoteleira Infotur, assim como da Multitel, de algumas unidades industriais da Zona Económica Especial e da rede de hiper e supermercados Kero.