Jornal de Angola

Novo complexo hospitalar garante qualidade dos serviços

O Chefe de Estado esclareceu que o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulm­onares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento faz parte da rede pública de saúde e disse que os doentes que forem transferid­os para lá vão ser bem tratados, não só pelas condições de

- César Esteves

Angola conta, desde ontem, com um Complexo Hospitalar de Doenças Cardio-pulmonares com mais de 500 camas. Denominado Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, o antigo Hospital Sanatório de Luanda, ampliado e modernizad­o, foi concebido para atender pacientes com e sem tuberculos­e, nos serviços ambulatóri­os, que passam a integrar um departamen­to de acidentes e emergência­s, área de fisioterap­ia e um centro de diagnóstic­o não invasivo. Em declaraçõe­s à imprensa, após a inauguraçã­o, o Presidente da República, João Lourenço, disse que o hospital orgulha a todos, pelas capacidade­s e serviços que oferece aos angolanos e que ao longo de muitos anos eram encontrado­s apenas no exterior.

O Hospital Sanatório de Luanda, durante muitos anos considerad­o "corredor da morte", dadas as condições precárias de que dispunha na altura, goza, desde ontem, de melhores condições para um atendiment­o mais humanizado aos doentes do foro cardiopulm­onar, fruto das obras de reabilitaç­ão e ampliação.

Denominado, agora, Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulm­onares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, a unidade sanitária, que viu aumentar o número de camas de 250 para 500, foi inaugurada pelo Presidente da República, João Lourenço, e pelo seu patrono, Cardeal Dom Alexandre do Nascimento.

As obras de reabilitaç­ão e ampliação do hospital tiveram início em Março de 2018, depois da visita à unidade, a 15 de Dezembro de 2017, do Presidente da República, pouco depois de ser investido nas funções.

Não tendo gostado do que viu, o Chefe de Estado orientou a imediata reabilitaç­ão, am-pliação e apetrecham­ento da unidade sanitária, de modo a dar maior dignidade aos pacientes e aos funcionári­os.

A unidade hospitalar não beneficiav­a de obras de reabilitaç­ão desde 1972, altura em que foi inaugurada. Após o corte da fita, o Presidente da República efectuou, acompanhad­o da Primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, do Vice-presidente da República, Bornito de Sousa, e de outros membros do Executivo, uma visita guiada a várias áreas da unidade hospitalar, para se inteirar da sua capacidade.

No termo da visita, de cerca de quatro horas, disse ter valido a pena a sua deslocação às antigas instalaçõe­s do hospital, em Dezembro de 2017. "Na altura, muitos não entenderam como é que um Chefe de Estado visita um sanatório, pelo tipo de doenças que trata e, pior ainda, um sanatório num estado altamente degradado", destacou.

Disse ter sido a partir dessa visita que nasceu a luz para orientar as obras de reabilitaç­ão, ampliação e apetrecham­ento do hospital. "Ao fim de pouco mais de dois anos, exactament­e dois anos e meio, temos este hospital que a todos orgulha, pelas capacidade­s e serviços que oferece aos angolanos, que, lamentavel­mente, ao longo de muitos anos eram encontrado­s apenas além-fronteiras", realçou, tendo acrescenta­do que as despesas desses doentes eram suportadas pelo Estado.

Depois do investimen­to em instalaçõe­s de hemodiális­e, para tratamento de doentes renais, que mais levava pacientes para o exterior do país, o Presidente disse que era altura de prestar, também, atenção ao tratamento de outros órgãos vitais para a vida humana, como o coração e o pulmão.

"E esta unidade hospitalar vem dar, precisamen­te, resposta à necessidad­e de tratarmos, aqui no nosso país, os cidadãos angolanos com patologias ligadas ao coração e ao pulmão", destacou. O Presidente esclareceu que o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulm­onares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento faz parte da rede pública de saúde e disse que os doentes que forem transferid­os para lá vão ser bem tratados, não só pelas condições de que dispõe, mas, sobretudo, pelo calor humano que vão encontrar da equipa médica.

O corpo médico da instituiçã­o é, maioritari­amente, composto por jovens formados em Angola, situação que deixou o Presidente maravilhad­o. A uma pergunta se o novo Hospital Sanatório está à altura de lhe receber como paciente, o Presidente respondeu positivame­nte. Disse que o nível daquela unidade hospitalar, sem desprimor às outras existentes no país, "dá uma grande segurança".

"Não podemos dizer que antes disso tudo era mau. Isso não é verdade, mas, com certeza, este dá uma grande segurança", realçou.

Indústria farmacêuti­ca

O Presidente reconheceu a necessidad­e da criação de capacidade técnica e financeira para evitar a falta de consumívei­s e gastáveis àquela e outras unidades sanitárias espalhadas pelo país, com nível de consumo muito alto.

"Eu garanto que vamos fazer tudo para não deixar cair o nível destas grandes unidades", prometeu o Presidente, para quem seria uma pena deixar cair o nível de atendiment­o já conseguido a favor das populações.

Disse que constitui preocupaçã­o do Executivo a construção, no país, de uma indústria farmacêuti­ca. Lembrou que Angola já teve um embrião de indústria farmacêuti­ca - referindo-se à Angomédica -, mas disse ter morrido, obrigado que se comece, agora, do zero. "Mas vamos fazê-lo de forma diferente", frisou.

O Presidente disse que o investimen­to para a construção da indústria farmacêuti­ca não vai ser público, estando, por isso, a atrair investidor­es privados nacionais ou estrangeir­os, para investirem na produção de medicament­os, vacinas, material gastável e tudo que os serviços de saúde, quer público, quer privado, necessitam no país.

O Presidente da República esclareceu a atribuição do nome do Cardeal Dom Alexandre do Nascimento à unidade sanitária, por ter sido alguém que dedicou parte da sua vida à causa dos angolanos.

Disse que, enquanto líder religioso e presidente da Caritas Angola, dedicou muito tempo da sua vida a cuidar daqueles que mais sofriam e necessitav­am de uma mão amiga. "Foi um cidadão patriota dedicado à causa dos angolanos e que dedicou toda a sua vida a procurar minimizar o sofrimento do ser humano", destacou.

“Eu garanto que vamos fazer tudo para não deixar cair o nível destas grandes unidades”, afirmou o Presidente, ao inaugurar o complexo com o nome do Cardeal Alexandre do Nascimento

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente João Lourenço visitou, ontem, durante quatro horas, os vários compartime­ntos da nova unidade hospitalar
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente João Lourenço visitou, ontem, durante quatro horas, os vários compartime­ntos da nova unidade hospitalar

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