Terra com comunidades peculiares
O município da Bibala tem 7.612 quilómetros quadrados e cerca de 57.000 habitantes. Com uma população heterogénea, constituída por povos da cultura mucubal, nhaneka humbi, nhaneka muila, kuisses e umbundos, Bibala é uma terra cheia de particularidades.
Começa abraçada pelas montanhas da Serra da Leba que se estendem até a Tundavala, de onde se tem a melhor vista da vila – que primeiro chamou-se Vista Alegre, depois Vila Arriaga, até ser rebaptizada com o nome de Bibala, depois da Independência Nacional.
No sopé da Serra da Leba, descendo uma altitude de cerca de mil metros pelo serpentear da sinuosa estrada, encontra-se a localidade das Mangueiras. O nome diz tudo, ou seja, surgiu do facto de ser uma região com inúmeras árvores de mangas que, entre os meses de Novembro a Fevereiro, enchem os mercados locais. Lá nasceu a praça das Mangueirinhas que se tornou referência não só pela quantidade da fruta à venda, mas por ser a única com barracas de “comes e bebes” ao longo do troço Lubango-moçâmedes, com as tradicionais fitas (carne de vaca) grelhadas e churrasco de galinha gentia.
Poucos quilómetros mais abaixo, encontra-se a localidade do Capangombe, onde foi construída uma fortaleza, no século XIX, pelo regime colonial, que na altura era utilizada como entreposto para o comércio de escravos. O local foi transformado em instituto técnico médio agrário, com um internato que tem acolhido jovens provenientes doutros pontos do país. A sede da comuna do Capangombe é o Munhino, uma localidade que tem como principal referência a fazenda do serviço penitenciário do Namibe.
No interior do município, encontra-se a comunidade da Montipa, um local famoso pelas suas águas termais, consideradas medicinais pelos nativos. Aqui foi construído um complexo turístico, com piscina para os banhistas que acreditam no poder medicinal das águas quentes cuja fonte é mesmo ao lado. Hoje o complexo encontrase em estado de abandono, mas a administração afirma que será promovido um concurso público para uma nova empresa que deverá explorar o mesmo.
A serra da Humbia reserva para si fascinante passagem de comboio por um túnel que, durante alguns segundos, mergulha as carruagens numa imensa escuridão que dá arrepios aos viajantes. A caminho de capital da província, encontra-se, ainda em território da Bibala, a localidade do Caraculo, cujo nome foi atribuído na década de 1940 devido às ovelhas karakul importadas do Turquestão por cientistas alemães do Sudoeste Africano, por serem duma espécie resistente às condições semidesérticas e que até hoje pastam em numerosos rebanhos pela região. A mesma é atravessada pela Estrada Nacional 280 e pelo Caminho-de-ferro de Moçâmedes, contando ainda com um desvio que dá acesso ao município do Virei.
Bibala surgiu primeiro como povoação, fundada a 1 de Fevereiro de 1912 como um acampamento operário que servia para apoiar a construção do Caminho-de-ferro de Moçâmedes. Em 21 de Junho de 1918, foi criada a circunscrição civil, e em 13 de Dezembro foi elevada a concelho.