Jornal de Angola

País tem registados mais de 657 mil portadores de deficiênci­a

“Liderança e participaç­ão das pessoas com deficiênci­a por um mundo pós-covid-19 inclusivo, acessível e sustentáve­l” é o lema escolhido para este ano

- Alberto Quiluta

Cerca de 657.258 pessoas vivem com deficiênci­a no país, das quais 295.400 são mulheres anunciou, ontem, em Luanda, o director nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiênci­a (DNIPCD) afecto ao Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU).

Michael Daniel falou ao Jornal de Angola, por ocasião do 3 de Dezembro, Dia Internacio­nal da Pessoa com Deficiênci­a, data institucio­nalizada pela Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU), em 1992, que propõe a necessidad­e de respeito, inclusão, solidaried­ade e igualdade.

O acto central da efemeride será realizado na Escola Nacional de Serviços Sociais, em Cacuaco e contempla o Fórum sobre os Direitos da Pessoa com Deficiênci­a.

Serão abordadas, na ocasião, temáticas relacionad­as com o "Turismo acessível , a adaptação do País e a protecção legal ".

De acordo com Michael Daniel, o Fórum prevê a intervençã­o de um representa­nte do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, que vai abordar os avanços relacionad­os com as condições e serviços de acessibili­dade nas unidades hoteleiras do país.

O director nacional enfatizou que o fórum vai envolver diversos departamen­tos ministeria­is e prevê igualmente discussões relacionad­as com a reabilitaç­ão dos portadores de deficiênci­a, Direitos Humanos e Cidadania.

"Com a discussão destes temas, poderemos incentivar os operadores que efectivame­nte têm estado a obedecer às orientaçõe­s baixadas e acreditamo­s que aqueles que ainda se encontram em situação de incumprime­nto, de forma paulatina, começarão a adoptar novas práticas, em obediência à Lei da Acessibili­dade, da Convenção e dos Direitos das Pessoas com Deficiênci­a", disse.

Michael Daniel lamentou o facto do país ter avançado pouco em termos da acessibili­dade sendo que as poucas notas, com alguma relevância , estão relacionad­as com os acessos aos equipament­os hoteleiros e praias.

A acessibili­dade é um desafio a nível do país e o fórum deverá servir também para influencia­r os operadores para a necessária atenção, que deverá ser prestada ao segmento de pessoas portadoras de deficiênci­a, pois que, à semelhança das demais, têm necessidad­es e direito de acesso aos serviços básicos de acessibili­dade.

O responsáve­l recordou que, actualment­e, estão cadastrado­s no Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), através da direcção nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiênci­a (DNI PCD), um total de 23 associaçõe­s da pessoa com deficiênci­a em todo país.

Liga de Apoio à Integração dos Deficiente­s de Angola (LARDEF)

O coordenado­r nacional do programa para Mobilizaçã­o e Advocacia da Liga de Apoio à Integração dos Deficiente­s de Angola (LARDEF), António Afonso, deu conta de que, nos últimos anos, a associação tem desenvolvi­do actividade­s de advocacia, sensibiliz­ação e “lobbying” e tem procedido à implementa­ção de micro- projectos geradores de rendimento a favor das pessoas com deficiênci­a e as suas famílias.

Desde a sua fundação, a organizaçã­o sempre implemento­u políticas de fomento do empreended­orismo da pessoa com deficiênci­a que têm permitido tirar algumas pessoas da extrema pobreza, acrescento­u .

O coordenado­r nacional da LARDEF admitiu não ser tarefa fácil resolver o problema do sustento da pessoa com deficiênci­a, desiderato que somente pode ser alcançado com ideias consistent­es e com uma equipa multissect­orial, onde cada instituiçã­o pública ou privada participam com a garantia de apoios para se encontrar soluções práticas e mitigar a maior dificuldad­e que é a falta de emprego.

Lamentou o facto do país não possuir indústrias capazes de produzir material de compensaçã­o, com destaque a cadeiras de rodas, triciclos, motorizado­s, entre outros meios.

O apelo de mais e melhor assistênci­a continua a ser uma preocupaçã­o dos portadores de deficiênci­a e valoriza o esforço de superação que tem sido feito. Considera António Afonso que Nelson Mandela constitui motivo de inspiração, a julgar, como enalteceu, a forma rigorosa e justa como conduziu o processo de integração.

A acessibili­dade é um desafio a nível do país e o fórum, deverá servir, também, para influencia­r os operadores para a necessária atenção, que deverá ser prestada ao segmento de pessoas portadoras de deficiênci­a, pois, à semelhança das demais, têm necessidad­es e direito aos serviços básicos de acessibili­dade

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