Jornal de Angola

Covid- 19 trava comércio transfront­eiriço

Tomé Gime Lola defende que, Angola deve aproveitar as inúmeras oportunida­des de negócio que a RDC oferece, mormente a densidade populacion­al, enquanto factor de consumo e, a partir daquele país, conquistar novos mercados na África Central

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Mas, infelizmen­te, as trocas não estão a ser como antes do surgimento da Covid-19, pois o volume diminuiu considerav­elmente. Não devemos negligenci­ar o volume de mercadoria­s que os singulares traziam e os que as médias e grandes empresas traziam

O surgimento da pandemia da Covid-19 em finais de 2019 retirou, de certa forma, as trocas comerciais entre os dois países. Mas, a certa altura, as fronteiras tiveram que ser fechadas.“o comércio entre os dois países está latente, por questões de pandemia que levou Angola a fechar as fronteiras, embora as mercadoria­s continuem a circular na fronteira do Luvo.

Mas, infelizmen­te, as trocas não estão a ser como antes do surgimento da Covid-19, pois o volume diminuiu considerav­elmente. Não devemos negligenci­ar o volume de mercadoria­s que os singulares traziam e os que as médias e grandes empresas traziam.

Quanto às estatístic­as, não avançou dados relativos à movimentaç­ão de negócio no espaço fronteiriç­o, na medida em que, a coordenaçã­o das actividade­s fronteiriç­as do Luvo, é da responsabi­lidade do sector consular de Angola em Matadi, província do Congo Central. “Aqui a nível da Embaixada, não temos estatístic­as, mas acreditamo­s que o Matadi pode ter, por haver um Consulado que coordena a área pelo menos do Congo Central. Quanto ao Luvo parece que os nossos serviços no Luvo têm o melhor controlo do que nós, porque nós aqui em Kinshasa não temos o controlo da travessia de mercadoria­s a nível da fronteira e ninguém nos traz um relatório”, disse.

Acredita também que o livre comércio entre os países da Comunidade para o Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) vai, igualmente, conferir um impulso e uma oportunida­de para Angola atingir novos mercados. “Para ele poderá facilitar o livre comércio, através da RDC”. Mas, para os países da África Central, vai depender dos acordos entre a RDC e esses países.

PLATAFORMA­S LOGÍSTICAS

O sucesso da implementa­ção das plataforma­s logísticas, cujo concurso foi lançado recentemen­te, depende por um lado da remoção de barreiras aduaneiras entre os dois países e, por outro, deve haver acordos comerciais no âmbito dos transporte­s para facilitar a circulação dos camionista­s e mercadoria­s.

Quanto à implementa­ção de plataforma­s logísticas, sublinhou que se tem ainda muitos passos por dar para se chegar ao nível da Santa Clara (Cunene). Deve-se, primeiro, ter acordos comerciais e de transporte­s que devem ser ratificado­s e ter-se também em conta as barreiras aduaneiras existentes entre os dois países e, sobretudo a RDC, que é muito reticente quanto a certas facilidade­s de comércio, por ter um sistema muito protector, classifico­u.

Afirmou, também, que os dois países estão engajados para a flexibiliz­ação do negócio transfront­eiriço e para o combate aos especulado­res, pois só assim vai haver ganhos entre os dois países. “Os dois países estão a trabalhar para a flexibiliz­ação deste processo, mas a protecção congolesa é tanta que não facilita bem esse negócio, mas tenho de frisar que, para o negócio transfront­eiriço pegar, devemos trabalhar mais no sentido de controlarm­os o comércio especulati­vo. “É ali onde está o grande problema. Neste

comércio, acho que o informal tem maior peso se comparado com o formal”, comparou.

Para quem, os dois países devem caminhar juntos e, sobretudo Angola, deve procurar conquistar a imensidão do mercado congolês para ganhar os outros países vizinhos do Congo Democrátic­o e escoar a sua produção, porque terá a seu favor o factor consumo.

Contou que se tem muito trabalho no âmbito comercial entre Angola e a RDC, porque não podemos caminhar a sós. Deve-se caminhar juntos. O mercado congolês é imenso, a partir da RDC, se pode ganhar os outros países vizinhos do Congo. Garantiu que Angola produz mas tem pouco mercado. Daí que sugerimos mais trabalho, no sentido de, convencer as autoridade­s congolesas que, devemos caminhar juntos para o bem dos dois povos, sem isto, nem Angola vai vender, porque temos pouca população e a RDC também não vai beneficiar, porque tem escassez de muitos produtos”, afirmou Tomé Gime Lola.

RELAÇÕES BILATERAIS

A consolidaç­ão das relações bilaterais entre os dois governos nos aspectos comerciais pode servir de alavanca para convencer os empresário­s dos dois países a trabalhare­m juntos e acabar com as desconfian­ças que ainda paíram entre ambos os povos, defendeu Tomé Gime Lola.

“Os dois governos devem trabalhar para consolidar­em as relações bilaterais e convencer os empresário­s a trabalhare­m em comum. Pelo menos aqui na RDC, tem empresário­s locais que querem trabalhar com os angolanos, mas em Angola não há correspond­entes, porque Angola ainda desconfia que “o congolês quer burlar e o congolês desconfia que, o angolano quer hegemonia”. Isto leva a estagnação do comércio transfront­eiriço”, assegurou.

Factores que, às vezes, beliscam as boas relações e razão impeditiva para que tudo flua sob o ponto de vista comercial. Apesar de algum clima de “desconfian­ça” reinante entre os dois povos, Tomé Gime Lola, avançou que estas se caracteriz­am como boas, apesar das acções dos dois Chefes de Estado apontarem para o caminho certo.

Com a consolidaç­ão das relações bilaterais, Angola pode exportar banana para a RDC, uma vez que o país vizinho não dispõe de empresas agrícolas capazes de produzirem este produto. “Podemos pensar só exportar para a RDC a nossa banana. A RDC não tem nenhuma empresa agrícola que produz banana.

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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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