Quotidiano angolano retratado no CD “Muxima”
“Kanjila” e “Kalunga Nguma”, Zé Mix, vencedor da categoria folclore do Top Rádio Luanda edição 2015, com o disco de estreia “Kutuala”, volta ao mercado discográfico seis anos depois com o CD “Muxima”.
Zé Mix disse que procura no trabalho não fugir muito da linha de conforto com a implementação de novos elementos acústicos nos temas do segundo álbum, interpretados em kimbundu e ngoia.
O disco, disse, ontem, ao Jornal de Angola, tem 14 temas e conta com a participação de Pedro Cabenha, Tony Mabiala (solista), Habana Maior (tumbas), João Nguia (saxofone), Teó (solista), Tony do Hungo, Luís Chagas (produtor), e coros da irmã Rosa e Mari Mari.
De acordo com Zé Mix, os temas do disco são interpretados nos estilos kilapanga, bolero, semba, rumba e cabecinha. O músico explicou que nas músicas procura abordar assunto do quotidiano, como no tema “Isaura”, que retrata a história real de uma rapariga linda e invejada na aldeia, e que acaba por mais tarde ser enfeitiçada.
A crise financeira no país desde 2014, também é analisada de forma satirizada na canção “Peito Alto” (Lambula) e “Minha Marca”, na qual o autor trás à reflexão o problema sobre a consanguinidade familiar.
José Domingos Adão Jorge, seu nome de registo, Zé Mix, como é carinhosamente tratado nas lides musicais, nasceu em Icolo e Bengo, na localidade de Kingongo, em 29 de Maio de 1965. O nome artístico surge da junção de José e Mixinge, este último da parte materna.
Em 1977, segue para o município do Wak Kungo, província do Cuanza Sul, onde em companhia dos seus pais fixou residência. Depois de concluir o ensino secundário, em 1982, começa a sua carreira, dando os seus primeiros passos a aprender a tocar guitarra. Foi com o guitarrista Basto, antigo integrante do agrupamento “Os Kwanzas”, que começou a aperfeiçoar os seus dotes artísticos.