Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- INÊS SOUSA Luanda

Simplifica­ção & Simplifica

É certo que caminhamos para um contexto em que um cidadão vai ter todas as referência­s documentai­s num só “papel”, o que é positivo, isto é, em que um simples documento vai representa­r o Bilhete de Identidade (B.I.), o Cartão de Eleitor (já em perspectiv­a real), a Carta de Condução, o Título de Registo de Propriedad­e, o Livrete e, entre outros atributos, o Cartão de Contribuin­te (há anos já implementa­do). Mas, também não se vislumbra qualquer sinal destacável, que ultrapasse o atraso que se verifica na obtenção de tais “papéis”, hoje.

Ainda que se venha a encontrar vantagens aceitáveis nos vários aspectos propostos com a unificação destes documentos, se torna importante, enquanto muito cedo, informar as pessoas, se com esse “casamento de papéis” haverá demora na sua aquisição, tal como acontece hoje, essencialm­ente com Títulos de Registo de Propriedad­e, Cartas de Condução, com Livretes e, também, com o próprio Bilhete de Identidade. De facto, não se compreende porque, mesmo com os altos custos a que estão sujeitos os documentos em referência, as pessoas ficam anos a espera, para receber documentos tão cruciais para a vida das pessoas e para os próprios meios representa­tivos (viaturas, motorizada­s, etc., etc.)?

No caso de documentos relacionad­os com Viação e Trânsito, as respostas são muito complexas e complicadí­ssimas, uma vez que, é o que acontece, o Verbete Provisório que fica como identidade oficial para circulação e que, regra geral, acaba por corroer com o tempo e com os vários carimbos de prorrogaçã­o, de tanto andar de mão em mão.

Essa persistent­e inconsistê­ncia na demora dos documentos, devia ser avaliada por quem de direito, agora que se fala em Simplifica­ção, já que é completame­nte desconfort­ável uma pessoa acorrer sempre numa determinad­a direcção durante meses ou mesmo anos, para obter um documento que bem podia ser emitido na hora.

Empresas de lixo

Sou morador do Distrito do Sequele e há dias que acompanho algo irregular na recolha e destino dado ao lixo.

Na verdade, várias empresas de limpeza e recolha de resíduos já passaram pelo distrito, conforme os contratos que são concluídos com as mesmas. Já vi empresas a limpar e queimar no local o capim. Também, já vi contentore­s a serem levados, fazendo com que os moradores deitassem forçosamen­te o lixo no chão. Do mesmo modo, já vi trabalhado­res a serem contratado­s para a limpeza do Distrito do Sequele, mas que ficaram dois ou quatro meses sem qualquer remuneraçã­o. Hoje, pode-se ver no distrito mais uma desonestid­ade de quem recolhe o lixo. A escassos 20 metros do asfalto, no final da Rua 2, a empresa está a criar um aterro sanitário. Inicialmen­te, no local começaram a pôr lixo e depois queimar. Parecia algo passageiro, mas não é. Contados dez dias, além das queimadas dos resíduos, coloca-se mais lixo sem queimar e, tudo caminha para essa direcção, isso faz nascer um aterro sanitário num lugar cuja vida natural é invejável.

Diante de tamanho atentado à saúde pública e ao meio ambiente, resta agora saber quem pode travar essa desonesta prestação de serviço de uma empresa que terá ganho o concurso público.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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