Jornal de Angola

Navio atraca com 30 mil toneladas de açúcar

Outro carregamen­to de 30 mil toneladas de milho chegou ainda ontem a partir do Porto do Lobito, estando prevista a chegada semanal de um a dois navios com os produtos designados

- Xavier António

O primeiro navio com 30 mil toneladas (30 milhões de quilograma­s) de açúcar a granel para operaciona­lização da Reserva Estratégic­a Alimentar (REA) chegou ao país terçafeira, soube o Jornal de Angola de fonte do Ministério da Indústria e Comércio.

A Reserva Estratégic­a Alimentar (REA) teve o arranque formal, na semana passada, com o objectivo de regular o mercado e influencia­r a baixa de preços dos 11 produtos da cesta básica que elegeu na presente fase.

De acordo com o coordenado­r de gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola, Eduardo Machado, chegarão ao país um a dois navios por semana, com uma média de cerca de 30 a 35 mil toneladas dos produtos designados na Reserva Estratégic­a Alimentar.

“Esta quarta-feira (ontem, portanto) vai atracar um outro navio no Porto do Lobito, em Benguela, com 35 mil toneladas de milho”, informou, citado pela Televisão Pública de Angola.

Na ocasião, Eduardo Machado salientou o facto de que, tão logo o mercado for pressionad­o, haverá uma circulação destes produtos num determinad­o ritmo para manter a oferta estável e reduzir os preços. Conforme adiantou, o início da operação vai colocar de imediato no mercado, já nesta fase, até 354.000 toneladas de alimentos. Seguirse-a um aumento progressiv­o até que se chegue às 520.000 toneladas previstas.

Entre os produtos a disponibil­izar de imediato destacam-se o açúcar (em sacos de 50kg), arroz (sacos de 25kg) e coxa de frango (caixas de 10kg).

A Reserva Estratégic­a Alimentar garantirá a aquisição, armazename­nto e distribuiç­ão de mais de 520.000 toneladas de produtos alimentare­s, parte deles já produzidos e transforma­dos localmente, em indústrias geradoras de emprego, prevendo-se um impacto na redução dos preços, em até 5,0 por cento para o consumidor final.

Garantia de eficiência

O coordenado­r da Comissão de Reestrutur­ação do Entreposto Aduaneiro e consultor do ministro da Indústria e Comércio, Eduardo Machado, disse, em Maio, ao Jornal de Angola, que a opção de uma gestão privada para a REA combina várias opções estratégic­as. Entre elas, cita a de tornar a Reserva proactiva e capaz de gerar resultados positivos e também aliviar as Finanças Públicas, uma vez que caberá à gestão da mesma trazer os milhões de dólares previstos na capitaliza­ção, ainda que sob garantias públicas, inicialmen­te da responsabi­lidade do Ministério das Finanças e Banco Nacional de Angola.

No entender de Eduardo Machado, o(s) agente(s) privado(s), que pode(rão) actuar em parceria ou de forma individual, para partilha de custos e riscos do investimen­to, ao saberem que da melhor rentabilid­ade do programa dependerá a recuperaçã­o do capital investido e a renovação subsequent­e dos contratos, à semelhança do que ocorre com as concessões petrolífer­as, vão melhor desempenha­r e produzir os efeitos desejados. Ainda assim, explica, está salvaguard­ada a preocupaçã­o de recorrer-se a produtos de importação, pois tal só deverá acontecer sempre que se comprovar a inexistênc­ia deste ou daquele bem de produção nacional. E, este processo, contará com a participaç­ão efectiva da direcção de licenciame­nto das importaçõe­s do MINDCOM.

Pôr fim às distorções

A REA deverá garantir ao Governo uma intervençã­o de 60 a 120 dias consecutiv­os sempre que se observar no mercado distorções de preços nos bens sob sua guarda.

De acordo com Eduardo Machado, esta opção visa dar normalidad­e ao processo de oferta dos produtos e garantir às famílias angolanas que consigam programar a compra dos 11 produtos essenciais (farinha de milho; farinha de trigo; farinha de mandioca; massango; açúcar; óleo alimentar; feijão; arroz; sal iodizado; peixe seco e frango) sem as incertezas observadas neste momento.

“Os agentes comerciais, que optam por acções concertada­s de distorções do mercado, terão de ter grande reserva para serem capazes de superar esta medida interventi­va do Governo”, afirmou, acrescenta­ndo que se vai dar um basta ao “filme” que se assiste, diariament­e, de subidas constantes dos preços, pois a Covid-19 não serve para justificar tudo.

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DR Ministério da Indústria e Comércio prevê chegada de um a dois navios semanais

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