Sistema de água do N´zagi reforçado no próximo ano
Localidade da Lunda-norte vai beneficiar de alargamento da rede de distribuição e da construção de chafarizes
Ovice-governadordaprovíncia de Luanda para os Serviços Técnicoseinfra-estruturas,cristino Ndeitunga, baixou, ontem, orientações à Administração Municipal de Viana para uma intervenção urgente nas zonas de risco, para atenuar os efeitos das chuvas.
As orientações foram baixadas no final de uma visita às áreas do município de Viana mais afectadas pela chuva que se abateu, na terça-feira, sobre a província de Luanda.
No final da visita, o vicegovernador da província de Luanda. não falou à comunicação social, tendo transferido a tarefa para o director dos Serviços Comunitários do município de Viana, Esmeraldino Paulo.
O director dos Serviços Comunitários de Viana deu ênfase ao facto de terem sido constatadas “algumas situações” que merecem uma “intervenção urgente”, tendo em conta que há pessoas a viver em zonas de risco.
Em Viana, o vice-governador Cristino Ndeitunga percorreu a vila de Viana, que é a sede do município, e os distritos urbanos da Baia e do Zango. O director dos Serviços Comunitários do município de Viana destacou que a visita efectuada ontem por Cristino Ndeitunga “é resultado da preocupação com a população que reside junto às bacias de retenção”.
Esmeraldino Paulo garantiu que, na sequência das orientações deixadas pelo vice-governador da província de Luanda, a Administração Municipal de Viana vai, rapidamente, mitigar “situações identificadas em pontos críticos”, trabalho a ser desenvolvido em colaboração com o Gabinete Provincial de Infra-estruturas e Serviços Técnicos e a Empresa Nacional de Construção e Infraestruturas Básicas (ENCIB).
“A zona do Kitondo II, no distrito urbano do Zango, é a que mais preocupa, porque, no local, já existem algumas ravinas”, acentuou o director dos Serviços Comunitários do município de Viana, que disse ter o vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas prometido levar a preocupação junto dos órgãos competentes para que seja feita uma intervenção, tendo em conta a quantidade de ravinas na área.
Moradores do Zango III, abordados pelo Jornal de Angola, disseram que não se encontra, há já quatro anos, uma solução definitiva para travar as ravinas, havendo uma que já cortou uma via de acesso rodoviário e derrubou parte de uma moradia.
Os moradores contactados exprimiram o receio de as suas moradias serem afectadas, uma vez que as chuvas que caem sobre a província de Luanda fazem sempre estragos.
O sistema de abastecimento de água da vila mineira do N'zagi, município do Cambulo, na Lunda-norte, vai ser reforçado, no próximo ano, com a construção de infraestruturas de apoio ao seu funcionamento, anunciou terça-feira, no Dundo, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Pública local de Águas e Saneamento.
André Camilo avançou que o projecto prevê o alargamento da rede de distribuição, construção de chafarizes e outras infra-estruturas de crucial importância para o funcionamento do sistema.
Sem adiantar a capacidade do sistema, o gestor admitiu que os habitantes da vila do N´zagi enfrentam muitas dificuldades para terem acesso à água. Por isso, um dos principais projectos traçados pela empresa, para o exercício económico de 2022, tem a ver com a conclusão das obras complementares de reabilitação e reforço do sistema de abastecimento de águas do Dundo.
A referida empreitada, que engloba, também, a localidade do N´zagi, já foi adjudicada a uma empresa especializada na execução de projectos estruturantes de sistemas modernos de água potável, afirmou André Camilo.
As sedes municipais do Capenda-camulemba e do Caungula, incluindo a localidade de Cafunfo, município do Cuango, constam, igualmente, das prioridades da empresa, com acções concretas voltadas para a construção de novos sistemas de abastecimento.
André Camilo anunciou, ainda, a recuperação da captação de água do Mussungue e a reparação ou aquisição das electrobombas do Luachimo e da estação desta última, no Dundo.
O combate ao desperdício de água com o tamponamento de mais de 20 torneiras clandestinas na Urbanização do Mussungue, cortes de ligações ilegais no Bairro Norte e a reparação de rupturas nas redes das zonas habitacionais no Caxinde e centro urbano do Dundo foram algumas das actividades desenvolvidas, em 2021.
Milhares de novas ligações
Além da criação de uma equipa de mobilização social, para a conservação dos chafarizes, o projecto visa a instalação de 15 mil novas ligações domiciliárias, em bairros de zonas periurbanas da cidade do Dundo.
Consta ainda do projecto a expansão de agências comerciais para o atendimento aos clientes, nos municípios do Lucapa, Cuilo e Xá-muteba.
Explicou que a construção de 15 mil novas ligações domiciliárias do Dundo, com um alcance de 150 quilómetros, está inserida na segunda fase de implementação do Projecto de Desenvolvimento Institucional do Sector das Águas (PDISA), financiado pelo Banco Mundial.
O PCA informou que, em 2021, a cobertura de abastecimento de água potável conheceu uma subida de 21 por cento. Este incremento resultou da entrada em funcionamento dos novos sistemas, construídos nas sedes municipais do Chitato (Dundo), Lucapa, Cuilo, Xámuteba e Lubalo, num total de 430 mil metros cúbicos produzidos mensalmente.
O presidente do Conselho de Administração informou que, em 2021, a cobertura de água potável conheceu uma subida de 21 por cento
Principais constrangimentos
Ao longo deste ano, André Camilo disse que a empresa registou uma ruptura do adutor da Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Mussungue, o que reduziu o caudal de captação em cerca de 4.800 metros cúbicos mensais.
Essa situação provocou o aumento do consumo de reagentes, concretamente o sulfato de alumínio.
O PCA mencionou, também, a avaria de dois grupos geradores na captação do Luachimo, em Novembro, a vandalização de torneiras do sistema de rega de jardins da Urbanização do Mussungue e o incumprimento no pagamento por parte dos clientes.