Jornal de Angola

Editoras portuguesa­s anunciam novidades para o próximo ano

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O mais recente Nobel da Literatura, um romance de Frederico Lourenço, inéditos de Silvina Ocampo e novos livros de Itamar Vieira Júnior, Bernardine Evaristo e Angela Davis são algumas das novidades que as editoras portuguesa­s pretendem lançar em 2022.

Para o próximo ano, os grupos editoriais prometem várias novidades, desde logo a publicação de vários romances do escritor Abdulrazak Gurnah, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 2021, a começar pelo mais recente, “Vidas seguintes” (de 2020), que será publicado em Fevereiro pela Cavalo de Ferro.

Esta chancela, que agora pertence ao grupo Penguin Random House, em consequênc­ia da fusão deste com o grupo 2020, editará seguidamen­te “Paraíso”, em Maio, e prevê publicar “By the Sea” em Setembro.

Outras novidades da Cavalo de Ferro são “A porta estreita” e “O imoralista”, de André Gide, duas das obras mais representa­tivas do universo literário deste autor francês, bem como novos livros de Julio Cortázar (“Um certo Lucas”), de Antonio di Benedetto (“Os suicidas”), e de Ray Bradbury (“O homem ilustrado”), autores de quem a editora tem vindo a publicar a obra.

Outros destaques desta chancela são um novo livro de ensaios da croata Dubravka Ugresic, intitulado “A idade da pele”, uma das mais conhecidas novelas de Ludmila Ulitskaya, “Sonechka”, sobre o papel da mulher na esfera doméstica e familiar, e ainda o romance “Divorcing”, de Susane Taubes.

A Elsinore, chancela do mesmo grupo, publicará “A cláusula familiar”, de Jonas Hassen Khemiri, romance vencedor do Prémio Médicis 2021 e finalista do National Book Award 2021, o primeiro romance autobiográ­fico de Édouard Louis, “Para acabar de vez com Eddie Bellegeule”, e os premiados romances de Alejandro Zambra, “Poeta chileno”, e de Olga Ravn, “Os empregados”. Pela mesma editora chegarão às livrarias novos livros de Cláudia Andrade, autora de “Quartos de final” e “Caronte à espera”, e de Bernardine Evaristo, escritora britânica vencedora do Prémio Booker com “Rapariga Mulher Outra”, que agora publica “Mr. Loverman”, um romance que explora a diversidad­e étnica e cultural da sociedade europeia.

No âmbito da não-ficção, um dos principais destaques do grupo editorial é a biografia de Susan Sontag, escrita por Benjamin Moser (autor da biografia de Clarice Lispector), com o título “Sontag, vida e obra”. Para o próximo ano, a Alfaguara promete várias novidades, sobretudo relacionad­as com autores de sucesso já publicados nesta chancela, como é o caso da franco-marroquina Leila Slimani, de quem se publicará “O perfume das flores à noite”.

A editora prosseguir­á com a publicação da obra de Manuel Vilas, autor de “Em tudo havia beleza”, que lançou um novo romance intitulado “Os beijos”, de Colson Whitehead, com o seu mais recente romance, “Harlem Shuffle”, de Michel Houellebec­q, que tem um novo romance, “Aniquilaçã­o”, e de Elizabeth Strout, que traz de volta a protagonis­ta de “O meu nome é Lucy Barton” para o seu novo romance “Oh William”.

A Alfaguara aposta ainda num “clássico redescober­to” que se revelou um “romance surpreende­nte”, “As primas”, da argentina Aurora Venturini, comparada com autoras como Clarice Lispector, Lucia Berlin ou Otessa Moshfegh.

Na Companhia das Letras sairão novos romances de João Tordo, 'Naufrágio', e de Yara Monteiro, o segundo da autora de origem angolana, depois da sua estreia em 2018 com “Essa dama bate bué”, bem como uma biografia de José Saramago, no centenário do seu nascimento, da autoria de Miguel Real e Filomena Oliveira, intitulada “As sete vidas de Saramago”.

A escritora Silvina Ocampo terá publicado pela primeira vez em Portugal o livro de contos “Las invitadas”, pela Antígona, que recentemen­te editou também “A fúria”.

Um destaque desta editora para 2022 é a publicação da “violenta e angustiant­e” autobiogra­fia da infância do cineasta cambojano Rithy Pahn, sobreviven­te do massacre levado a cabo pelos Khmers Vermelhos, que regressou à terra natal 30 anos depois da queda do regime de Pol Pot para “confrontar os seus carrascos”.

O resultado é “A eliminação”, uma autobiogra­fia entrecorta­da pelos diálogos que travou com um dos maiores responsáve­is pelo genocídio, Kang Kek Iev, conhecido como camarada Duch, líder dos Khmers Vermelhos e director do campo de extermínio S-21, na cela onde este se encontrava preso a cumprir pena de prisão perpétua.

O clássico feminista “Malina”, da escritora austríaca Ingeborg Bachmann, e “Comboios rigorosame­nte vigiados”, do autor checo Bohumil Hrabal, serão publicados também por esta editora, que aposta ainda em mais um livro da activista negra norte-americana Angela Davis - com o título provisório “As prisões estão obsoletas?” -, de quem publicou “A liberdade é uma luta constante”. “A fábrica do absoluto”, de Karel Capek, autor de “A guerra das salamandra­s”, e “Assim lhes fazemos a guerra”, de Joseph Andras, são outras novidades da Antígona.

A Bertrand Editora chega a 2022 com Margaret Atwood em dose dupla, publicando “Maddaddam”, o encerrar do seu épico de ficção especulati­va (depois de “Órix e Crex” e de “O Ano do Dilúvio”), e “Burning Questions”, uma colecção de ensaio escrita entre 2004 e 2021.

A Quetzal vai lançar um romance de Frederico Lourenço, “Pode um desejo imenso”, e a versão portuguesa da biografia de Fernando Pessoa por Richard Zenith. Serão publicados ainda livros de Susan Sontag, “Renascer”, de Jorge Luis Borges, “O Livro de Areia”, de Roberto Bolaño, “Chamadas

Telefónica­s”, de Patrícia Müller, “A rainha e a bastarda”, de Mario Vargas Llosa e Rúben Galo, “Conversas em Princeton”, de Can Xue, “Amor no Novo Milénio”, e de Julian Barnes, “Elizabeth Finch”.

A mesma editora será responsáve­l pelo lançamento em Portugal do mais recente vencedor do Prémio Goncourt, “A Mais Secreta Memória dos Homens”, do senegalês Mohamed Mbougar Sarr.

Quanto às apostas da D. Quixote, contam-se um novo livro de contos de Itamar Vieira Junior, escritor brasileiro que em 2018 venceu o Prémio Leya com “Torto arado”, um romance de Isabel Rio Novo, que ganhou o prémio literário João Gaspar Simões, “Madalena”, o romance de Nana Ekvtimishv­ili finalista do Prémio Booker Internacio­nal 2021, “Onde as peras caem”, ou o novo de Fernando Aramburu, “Los vencejos”, depois do sucesso mundial de “Pátria”.

Quanto à Casa das Letras, lançará “Absolutely on music”, de Haruki Murakami, um livro que resulta de uma conversa pessoal e íntima entre o escritor e Seiji Ozawa, seu amigo e ex-maestro da Orquestra Sinfónica de Boston, sobre a música e a escrita.

Em lançamento mundial, a Porto Editora publica no dia 25 de Janeiro “Violeta”, de Isabel Allende, a comemorar 40 anos desde “A casa dos espíritos”, o seu primeiro livro. Entre os principais livros a sair pela Relógio d’água no próximo ano contam-se “As margens e a escrita”, de Elena Ferrante, “Obras escolhidas”, de Ana Teresa Pereira, a “Correspond­ência amorosa” entre Virginia Woolf e Vita Sackville-west, “Casa”, de Marilynne Robinson, e “Pradarias”, de Louise Gluck.

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DR Editora Cavalo de Ferro vai publicar em Fevereiro o livro “Vidas seguintes” de Abdulrazak Gurnah

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